domingo, 7 de outubro de 2007

Sob suspeitas, a sobrevivência

"O juiz é nosso", disse um narrador baiano que acompanhava as estranhas decisões da arbitragem, invariavelmente favoráveis ao Bahia, no seu jogo frente ao Fast Clube, do Amazonas. Era a última rodada da 3ª fase da Série C. Terceiro colocado com 7 pontos antes deste domingo, o clube de Salvador teria que bater seus adversários, lanternas do grupo, e torcer por um empate no confronto entre Rio Branco-AC (então 2º colocado, com 9 pontos) e ABC-RN (1º colocado e já classificado, com 12).

Jogar contra os lanternas parecia ser insuficiente para que o clube nordestino saísse vencedor. O placar de 0-0 permanecia imutável e, mesmo que o jogo do Acre também estivesse igualado sem gols, os soteropolitanos iam ficando pelo caminho. O narrador, entretanto, não dizia aquela frase por acaso: a missão de vencer os últimos colocados ficou mais fácil com duas duvidosas expulsões pelo lado visitante. Aos 90 minutos, anuncia-se pênalti para o Fast. Mas era alarme falso, seria surpresa se o árbitro assinalasse de fato.

Em Rio Branco, o duelo acabou em 0-0. Em Salvador, não. No jogo da Fonte Nova, parecia claro que não se ouviria o apito final antes de um gol do Bahia. Ele veio, aos 90+6 minutos, quando Charles estufou as redes, assinalando o 1-0 favorável aos tricolores. Aí, o jogo terminou.

Não houve torcedor do Bahia que ficasse sem se emocionar com a sobrevivência de sua equipe e a agônica classificação ao octogonal final da Série C. Os mais antigos, contudo, tiveram algum pesar ao comparar o momento com as glórias que o clube alcançou no passado. Um passado em que o Bahia não precisava do juiz para bater seus adversários.

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