sexta-feira, 1 de junho de 2007

"Time fraco". Assim, muitos torcedores e até renomados especialistas brasileiros definiram o desconhecido Cúcuta, da Colômbia, antes da Copa Libertadores da América começar. Jogando pela primeira vez o principal torneio sul-americano, o time rubro-negro era encarado com desprezo preconceituoso pelos observadores em geral.

Nem depois de empatar com o também forte Grêmio, em Porto Alegre, na primeira fase, por 0-0, o Cúcuta recebeu grandes elogios. O resultado daquela partida foi atribuído, por grande parte da crítica, muito mais a uma ineficiência do time gaúcho do que a algum mérito colombiano - injusta e estupidamente.

Disputando a fase inicial por um grupo que também era visto como sendo frágil - e que agora revela-se como tendo sido o verdadeiro grupo da morte dessa Libertadores - o Cúcuta também pouco se ajudava para conquistar os críticos. De campanha acidentada, os campeões colombianos só foram confirmar a classificação na última rodada, ao derrotar o conterrâneo Tolima por um heróico 4-3.

"Foi sorte, não vai longe". Desta forma, mais uma vez, muitos torcedores brasileiros e especialistas rotularam a passagem de fase por parte do Cúcuta. Com a clareza e simpliciade que só confrontos eliminatórios podem mostrar, o time colombiano, liderado por ilustres - e bons - desconhecidos, como Del Castillo, Bustos e Blas Pérez, foi
derrubando os mais menosprezadores comentários, superando quem viesse pela frente. Venceu o qualificado Toluca, do México (com direito a goleada por 5-1 jogando em casa), e o raçudo Nacional, do Uruguai, sobrevivendo à até então insuportável pressão do estádio Parque Central.

Ontem, a sensação da Libertadores de 2007 escreveu mais um capítulo desta bela história de jogos. Num lotado estádio General Santander, frente ao gigante Boca Juniors, o time da Colômbia mostrou novamente uma grandeza que talvez ele próprio desconhecesse. De virada, por um 3-1 que poderia ter sido mais elástico, o time rubro-negro, ao menos ontem, foi maior que os gigantes. Ao menos ontem, o Cúcuta, que está a um passo da final continental, finalmente conseguiu as reverências de toda a América do Sul, algo que já merecia há tempos.

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