Tristeza no Rio, festa no Rio Grande

Na noite decisiva para três times brasileiros na principal competição sul-americana, apenas uma torcida sorriu. Flamengo, São Paulo e Grêmio entraram em campo em situação difícil, sendo a do São Paulo a mais confortável. O Flamengo precisava de uma vitória de 4 gols de diferença para avançar às quartas-de-final, sendo que um 3-0 levava a disputa contra o Defensor uruguaio para os pênaltis. 60 mil rubro-negros acreditaram na mística flamenguista, e empurraram o time para a vitória. Vitória que veio, mas que foi insuficiente. Renato conseguiu passar pela retranca bem postada dos uruguaios duas vezes, em dois golaços: uma fortíssima cobrança de falta e um petardo cruzado de fora da área. Com o 2-0 formado no início do segundo tempo, os cariocas se atiraram para o ataque, desorganizadamente. Pressão que até deu resultado, pois a equipe conseguiu cavar um penalti - não marcado pelo árbitro argentino. Os uruguaios ameaçaram nos contra-ataques, obrigando o goleiro Bruno a manter a esperança. Esperança que acabou ao fim do jogo, enchendo o Maracanã de tristeza, mas não de vaias: os torcedores reconheceram o esforço da equipe e aplaudiram os jogadores, que manteram ao menos, a honra.

Em Porto Alegre, sentimentos inversos. O tricolor dos pampas buscava virar uma diferença de um gol, já que o Grêmio perdeu o primeiro jogo no Morumbi, por 0-1. Nada capaz de abalar a incansável torcida gremista, que encheu o Olímpico de confiança, cantando o tempo todo e levando o time a esperada vitória. O 2-0 que não serviu ao Flamengo, serviria ao Grêmio. E os pampeanos chegaram lá, na base de uma organização tática genial e da tradicional raça e superação. Mano Menezes organizou um time impecável na marcação e perigoso nos seus ataques - o essencial e ideal para a disputa de uma Libertadores. Com gols de Tcheco, que saiu machucado após disputa com a zaga paulista, e do habilidoso Diego Souza, o Grêmio classificou-se para as quartas-de-final, onde enfrentará o Defensor. Faltou alma ao São Paulo, que quando precisou do gol, esbarrou na muralha defensiva do Grêmio. O Olímpico explodiu ao fim do jogo, aplaudindo a equipe de pé e deixando claro que que a torcida seguirá com o apoio até o sonhado título. O campeonato gaúcho foi mesmo importantíssimo para a sofrida vitória de ontem, já que os jogadores se sentiam confiantes o bastante para jogar sem medo, arriscando e se dispondo para chamar a responsabilidade. A organização, superação e raça do Grêmio foi superior ao dinheiro e a qualidade técnica do São Paulo, que derrotado, tenta manter a calma para não perder o ano de vez.
Hoje Santos e Paraná tentam seguir na competição, aumentando as chances de mais um título brasileiro. Os praianos recebem o surpreendente Caracas na Vila Belmiro, enquanto o tricolor paranaense tem uma missão dificílima: bater o forte Libertad no Paraguai. Difícil mas não impossível, se o Paraná repetir as boas atuações do início da competição.