Cada vez mais decisivos vão ficando os estaduais pelo Brasil. São definições de finalistas após fases classificatórias ou as finais propriamente ditas que já começaram a ser disputadas em alguns estados. Há de clássicos a zebras, de garantias de jogões a incógnitas, enfim, situações para todos os gostos pipocando pelo país.
No Ceará, um campeonato de tradição que anda esquecido, as semifinais tiveram sua definição neste domingo também. Se de um lado o favorito Fortaleza conquistou vaga na decisão, do outro, o Ceará, atual campeão, decepcionou: após ter perdido o primeiro jogo em casa, o alvinegro foi impotente na partida de volta, sendo eliminado pelo interiorano Icasa. Assim, teremos uma repetição da final de 2005, onde Fortaleza e Icasa irão se digladiar pelo troféu cearense. Há dois anos, a equipe da capital levou a melhor, sendo levada nas costas pelo artilheiro Clodoaldo.
No Rio Grande do Norte, o adiantado Campeonato Potiguar já está a apenas um jogo de seu encerramento. A partida de volta da finalíssima será disputada no próximo domingo, 29 de abril, sendo que o jogo de ida foi disputado hoje. Favoritíssimo ao título, o América fraquejou na pártida de hoje: fazendo jus à máxima "clássico é clássico", o rival ABC soube conter o ímpeto americano, fazendo com que a primeira final tenha acabado num empate por 1-1. Fica tudo para o jogo de volta, onde o América joga sua afirmação diante de um aguerrido, porém fraco, ABC.
O tradicional e outrora competitivo Campeonato Baiano, vive completo ostracismo devido à má fase de seus clubes principais, o Bahia e o Vitória. Desta forma, poucos lembram de verificar como andam as coisas por lá. Na Bahia, o torneio estadual já entrou na sua fase final, que diferentemente do resto do país, não terá uma final e sim um quadrangular decisivo entre as melhores equipes da primeira fase. As equipes finalistas são os dois grandes somados a dois interiorenos: o Atlético de Alagoinhas e o Poções. A primeira rodada da fase final foi disputada neste domingo, com o Atlético derrotando o Poções por 0-1, fora de casa. Na outra partida, um ba-vi pra ninguém botar defeito: 60 mil pessoas acompanharam um dos melhores jogos do ano, onde o Vitória venceu o Bahia por espetaculares 6-5, na Fonte Nova.
Descendo na geografia brasileira, vamos ao estado de Goiás. Lá, o Goiás Esporte Clube, único time do estado na divisão de elite do Campeonato Brasileiro, é favorito absoluto a mais uma conquista estadual. Tendo eliminado o rival Vila Nova nas semifinais, o Goiás confronta-se na final contra o Atlético Goianiense. Apesar de desprestigiado, o Atlético vem fazendo uma boa temporada, com resultados expressivos na Copa do Brasil, e prometendo atrapalhar os planos esmeraldinos.
Avançando para a vizinhança oriental de Goiás, chegamos a Minas Gerais, onde talvez estejamos com um dos campeonatos de final mais interessante em todo o Brasil. Os grandes de Belo Horizonte não decepcionaram aqueles que os apontavam como favoritos e, depois de alguns anos de seca, teremos o grande clássico mineiro para definir o título local. O Cruzeiro, sempre favorito, não teve problemas para alcançar sua sexta final consecutiva, e busca o bi-campeonato. O Atlético Mineiro, por sua vez, vem em ascendência desde a conquista da Série B do Campeonato Brasileiro em 2006, e teve um caminho mais complicado para chegar à decisão. Se a raposa leva teórica vantagem sobre o galo, na hora do jogo as coisas podem modificar-se facilmente, não existindo favoritos, portanto. Numa decisão que não ocorria desde 2004, Atlético e Cruzeiro vão fazer jogos de lotar o Mineirão, relembrando os grandes confrontos de outrora.
No Rio de Janeiro também teremos um grande clássico na final estadual. O Flamengo, campeão do primeiro turno, finalmente conheceu seu rival na decisão, o Botafogo, que conquistou o segundo turno hoje. Aí, quem busca o bi-campeonato são os alvinegros, enquanto os flamenguistas buscam recobrar o título que lhes foge desde 2004.
Indo para o Campeonato Paulista, vemos o estadual que esteve mais próximo de colocar duas zebras na finalíssima. Foi no Paulistão que vimos a maior superioridade por parte de grandes clubes na primeira fase, onde Santos e São Paulo trucidaram seus adversários, dando pinta de que seriam os finalistas por garantia. Nas semifinais, porém, os pequenos e desacreditados clubes interioranos se mostraram fortes: o São Caetano, ontem, eliminou o São Paulo, ao golear os tricolores em pleno Morumbi. Na outra semifinal, o Bragantino quase completou a festa diante do Santos: a equipe de Bragança Paulista conseguiu segurar os santistas nos dois confrontos, empatando ambos por 0-0 - apesar disso, a melhor campanha do Santos na primeira fase, fez o alvinegro praiano passar à finalíssima. Novamente há alguém buscando o bi-campeonato, neste caso, o Santos. Mas engana-se quem pensa que a tarefa será fácil, pois, como já provou, o São Caetano vem firme e pode surpreender.
No Paraná, dois dos três grandes ficaram pelo caminho. O Atlético Paranaense e o Coritiba, pelo segundo ano consecutivo, foram barrados no baile, e assistirão às finais pela TV. A exemplo do que aconteceu em 2006, a decisão ocorrerá entre o Paraná Clube e um time do interior. Quem tentará evitar o bi-campeonato do tricolor paranaense será o surpreendente Paranavaí, que superou o coxa nas semifinais.
Pelo Campeonato Catarinense, nada de Avaí ou Figueirense na decisão do título estadual. Os grandes de Florianópolis foram fracos durante o campeonato inteiro e mereceram ficar bem longe do troféu. Os interioranos que decidirão o campeonato serão o Criciúma (campeão do 1º turno) e a Chapecoense (campeã do 2º turno). O Criciúma é favoritíssimo à conquista, pois foi a melhor equipe de todo o campeonato: venceu o primeiro turno e foi vice-campeão no segundo turno, com uma campanha total de 17 vitórias em 22 jogos. Mas que ninguém ouse duvidar da Chapecoense, que já ostenta uma invencibilidade de 17 partidas e vem embalada para tentar conquistar seu terceiro título estadual (foi campeã em 1977 e 1996).
Finalmente, encerrando o tour de norte a sul do país, chegamos ao ponto mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul. Com a eliminação do Internacional ainda na primeira fase do torneio, a final mais esperada seria entre o Grêmio e o Juventude, os outros dois times do estado na Série A do Campeonato Brasileiro - e, de fato, foi isso que se consumou. Mas não foi fácil para os dois times confirmarem seu favoritismo: o Grêmio perdeu a primeira semifinal por 0-3 diante do Caxias e precisava de um milagre para passar de fase; na sexta-feira, tal milagre ocorreu, com a vitória do Grêmio por 4-0 diante deste mesmo Caxias, revertendo o placar terrivelmente adverso e classificando o time de Porto Alegre à final. O Juventude viveu situação inversa: após vencer o primeiro jogo diante dopor 0-2 fora de casa, só seria eliminado se algo muito especial ocorresse na partida de volta; e quase foi assim, pois na partida deste domingo, o Veranópolis, mesmo prejudicado pela confusa arbitragem de Carlos Simon, chegou a estar vencendo por 2-0 e, se conseguisse segurar o resultado, levaria o jogo pros pênaltis - não conseguiu, o Juventude chegou a um gol salvador e, apesar da derrota por 1-2, conseguiu passar à final. O Grêmio, que luta pelo bi-campeonato, enfrenta o Juventude pela terceira vez numa final de gauchão. Nas outras duas, em 1996 e 2001, o tricolor levou a melhor. Enquanto os gremistas esperam que a história se repita, cabe à equipe de Caxias do Sul, que terá sua torcida engrossada por colorados, tentar quebrar esta escrita e mudar a história.
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