terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Craques da América Latina - 6


Dom Elias Figueroa

Para muitos, o melhor jogador da história do Chile, na frente de Zamorano.
Para a torcida do Internacional, simplesmente o melhor jogador que já vestiu a camisa vermelha.
Para os torcedores do Peñarol, um grande capitão.
Para os chilenos, um herói.
Para todos, um craque.

Elias Ricardo Figueroa Brander nasceu na cidade litorânea de Valparaíso, próxima a capital chilena Santiago.
Na sua infância, Figueroa sofria de graves problemas respiratórios, e não podia fazer exercícios físicos até os 6 anos, quando fez uma operação que começou sua recuperação. Como não podia acompanhar os garotos da mesma idade nas brincadeiras, Figueroa passava seu tempo com a bola, jogando sozinho.

Aos 10 anos quase teve um fim trágico. Acometido de poliomielite, passou o ano em uma cama, seu futuro era incerto.
Com o apoio da família e força de vontade, se recuperou com mais rapidez que os médicos imaginavam, e aos 12 anos já podia jogar futebol sem interrupções. Aos 14 anos, estreou na categoria de base do Santiago Wanderes, de Valparaíso, e ganhou o apelido que leva até hoje: um narrador encantado com a técnica do zagueiro o chamou de Dom Elias ao vê-lo sair da sua área dando uma janelinha no atacante.

Depois disso, tudo foi precoce na vida de Elias Figueroa. Aos 16, deixava a seleção chilena de juvenis para entrar na principal, e no mesmo ano casou com Marcela, 15 anos na época.
Teve a honra de ser o mais novo capitão da história do Chile, disputou a Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966.
Após a Copa, Figueroa foi pretendido por vários clubes da América Latina, chegou perto de ser transferido para o Independiente, mas foi parar no Peñarol do Uruguay.

No Peñarol Figueroa foi bicampeão uruguaio em 67-68, ambos de forma invicta, e também faturou a Supercopa de Clubes Campeões Intercontinentais de 1969.
Lamentavelmente atolado em dívidas, o Peñarol é obrigado a vender seus melhores jogadores, inclusive Figueroa, que se transfere para o Internacional, clube onde mais brilhou.

Vestindo a camisa colorada Dom Elias fez 26 gols em 336 jogos, foi hexacampeão gaúcho(71 - 76) e bicampeão brasileiro (75-76). Figueroa deu o salto de qualidade que o Inter precisava para se tornar um grande clube a nível nacional - sua experiência como capitão renderam os primeiros títulos importantes do clube, Elias é homenageado até hoje por tais feitos.
Foi destaque do seu país na Copa do Mundo da Alemanha de 74, e elogiado por grandes jogadores de outras seleções.

Em 77 volta para o Chile já com status de ídolo nacional, defende o Palestino por 4 temporadas, conquistando a Copa Chile de 77 e o Campeonato Chileno do ano seguinte.
Figueroa passa a temporada de 81 nos Estados Unidos, faturando dólares até voltar e encerrar a carreira no gigante andino Colo - Colo.

'Mister Lujo' como é conhecido no Chile, foi escolhido por 3 vezes o Melhor Jogador das Américas, pelo respeitado diário El Mundo, de Caracas, o Bola de Ouro do Brasileirão 76 pela Revista Placar e faz parte da 'seleção da américa latina de todos os tempos' (Fillol (Argentina); Carlos Alberto (Brasil), Figueroa (Chile), Passarella (Argentina) e Nilton Santos (Brasil); Maradona (Argentina), Di Stéfano (Argentina), Rivelino (Brasil) e Didi (Brasil); Garrincha e Pelé (Brasil).


O mito alemão Franz Beckenbauer definou assim Figueroa, depois da Copa do Mundo de 74:

''Figueroa foi um dos grandes astros da última Copa do Mundo. Ao Chile faltou ataque, pois lá no fundo a defesa esteve sempre muito bem organizada por ele. O que me agradou em seu estilo foram sua raça, espírito de luta e lealdade. Sabemos que o jogador latino é muito manhoso. E Figueroa foi leal, como pôde comprovar Gerd Müller. Assisti às partidas da seleção chilena e penso que a imprensa aqui da Europa não deu mais destaque a Figueroa porque ele jogou demais para a equipe e bem pouco para o público. É justamente este aspecto que o qualificou como um grande jogador, um dos melhores zagueiros do mundial. ''

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