
Na mesma hora, Grêmio e Caracas pelas quartas-de-final da Libertadores, jogo de volta, e Corinthians e Internacional pela decisão da Copa do Brasil, ida
Pela frieza dos lances, o Grêmio criou um pouco mais durante o transcorrer do embate. Comparando expectativas geradas, porém, o Caracas fez muito mais. Se antes dos doze minutos Maxi López já havia perdido duas boas chances, antes dos quinze os da Venezuela demonstravam que não seriam uns defensores passivos, como os porto-alegrenses se habituaram a ver nesse seu andar MACIO pelas
O juiz Carlos Torres também contribuía para aumentar a INQUIETUDE sobre os degraus de concreto da Azenha. Mostrando novamente que não se encontram mais arbitragens típicas de Libertadores numa Libertadores, o paraguaio via infrações em cutucões inocentes que qualquer apitador de Segundona Gaúcha ignoraria e, sem deixar as MAÇÃS DO ROSTO mais ruborizadas por isso, marcava faltas até onde não havia contato. Deve ter estranhado que uma dessas faltas inexistentes, supostamente cometida por Maxi no meio de campo, gerou reações acaloradas da torcida local. Se soubesse o que acontecia fora do Olímpico, só poderia intuir que aquelas reclamações convertidas em vibração generalizada nasciam de um gol a milhares
Alguns torcedores, suficientemente AQUECIDOS A ÁCOOL para tirar a camisa e ignorar os cerca de dez graus da noite, estenderam seus berros além do resto, felizes. Que importava se o Grêmio continuava lamentável? O Inter perdendo uma final é coisa que só aconteceu uma vez na década – e naquele Gauchão de 2006 nem houve derrota, já que o título gremista foi conquistado com dois empates. A parte do coração que batia interessada no vermelho era a única que ganhara algum alento quando o jogo do Olímpico atingiu o intervalo. No meio-tempo, das cadeiras cativas, despencavam papeizinhos clamando por acessos a um vídeo sobre um certo “Impostor no Olímpico”. O nome que mais parecia ser de uma CONSPIRAÇÃO OPOSICIONISTA revelou-se uma mera campanha de associação. Mas quem quisesse ver impostores não precisava achar um computador e catar o YouTube. Estavam todos ali em campo, e vestiam azul, negro e branco.
“Onde está a raça desse time?”, perguntou-se muito durante a partida inteira. Sumida. Resquícios dela apareciam e
O lado azul do músculo cardíaco, no entanto, continuou doído. Herrera, o quarto RAÇUDO, pareceu o Herrera de 2006. Deu outra cara ao jogo. Um espírito copeiro, contrastando com a moleza da maior parte do time. Em seu primeiro toque na bola, GAMBETEOU um marc
Quatro minutos mais tarde, brincando de fazer linha de impedimento na HORA CRÍTICA do jogo, os de Porto Alegre só faltaram gritar “toma, faz” para Cichero. Lançado livre na área gremista, o jogador do Caracas demorou MILÊNIOS para decidir o que fazia com a pelota e deixou que um carrinho desesperado de Réver evitasse a CATÁSTROFE. Seguia perigoso. Àquela altura o Grêmio era só defesa, onze atletas mantendo um 0 a 0 como time pequeno, contra venezuelanos, em casa, porque era isso que lhes bastava para ir às semifinais. A torcida tricolor está acostumada às Copas, a jogar pelo regulamento, e aceita. Mas não quer
Mas na hora do “Grêmio, Grêmio, seremos campeões da América”, o jogo do Inter já havia acabado, e o Olímpico inteiro cantou. Prenunciava o empate classificador, confirmado poucos minutos depois. A lógica agora diz que o Grêmio, tão mal ontem, perderá a sua invencibilidade na Libertadores na próxima partida, quando enfrentará algum brasileiro fora de casa – São Paulo ou Cruzeiro. A lógica também afirma que o Inter está perdido – ninguém, em vinte edições de Copa do Brasil, remontou um 2 a 0 em final. Mas a lógica é um LUXO dispensável quando corações se dividem, levam gremistas ao Olímpico carregando adereços corinthianos e fazem eles saírem de lá, após um empate nulo do seu time, dizendo que o resultado daquela noite foi “dois a zero pra nós”.
Todas as fotos são minhas.
3 comentários:
sensacional a primeira foto, Brum
Time ruim, esse nosso.
Um texto excelente, que retrata muito bem o que foi o jogo e o clima vivido durante o mesmo. Mais uma vez parabéns. E as fotos estão excelentes. Argemiro Luís
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