
Acordei. Por uma causa decente. Dali a pouco sairia o ônibus que levaria os estudantes santa-marienses de jornalismo para a pouquíssimo-divulgada-mas-nem-por-isso-i

Que talvez tenha adiantado alguma coisa, talvez tenha sido irrelevante, mas no dia seguinte decidiram adiar mais uma vez a definição. O que nos obrigará a fazer algo semelhante em breve. Ou não. Enfim, ao meio-dia de 31 de março já estava tudo encerrado, e a massa dissolvia-se no velho cada-um-por-si-e-o-monstro-de-espaguete-voador-por-todos. Almoço, tarde livre, saída às dezesseis. O que fazer? O que fazem uns amantes do futebol em Porto Alegre na tarde da véspera do jogo da Seleção Brasileira, que por aquela hora deveria estar

Nós, que estávamos em cinco, fomos ao Olímpico, pois. Passaram-se doze anos desde a primeira vez em que pisei no estádio do Grêmio, mas só na terça-feira tive a oportunidade de visualizar o panorama do campo desde o anel inferior, aberto para os visitantes. O resto foi o que inclui uma visita ao templo de Azenha: campo suplementar, memorial, troféus, fotos, troféus, vídeos, troféus, circulada, troféus (na foto, o inolvidável Troféu MARRETA, de 2006). Nisso, apareceu o Douglas Costa. Ou alguém muito parecido com ele. Conversava com dois ou três fulanos ali na frente, o Douglas Costa, e ficamos uns dois minutos discutindo se era mesmo ele ou algum desconhecido da base querendo aparecer.
Era ele.


Certo que fomos nós que deixamos o Douglas amargurado, frustrado, com as pernas bambas e o chute enfraquecido por um desejo de vingança que tomou conta dos pensamentos. Vai chegar o dia em que ele lembrará, em alguma entrevista, dos cinco que o ignoraram solenemente no pátio do Olímpico. Demos um motivo a mais para ele se bandear pela Espanha, quem sabe. Para quem duvida, o noticiário está aí e diz que Douglas treinou tão mal no dia seguinte que foi cobrado duramente pelo Roth, gerando uma polêmica desproporcional que retratou bem a FRESCURA que toma conta do futebol – mas que não prevalecerá enquanto tivermos Segundonas Gaúchas e outras peleias.
Terminamos a tarde observando os carros dos jogadores gremistas chegando para o treino vespertino no Olímpico. Passaram o Thiego, o Marcelo Grohe, o obscuro terceiro goleiro Alessandro, este trovando menininhas. Antes deles, atravessou o pórtico o mito ÓRTEMAN, que não fez uma partida boa desde que vestiu a camisa do Grêmio, mas por toda uma espécie de coisas permanece folclórico. Órteman chegou a Porto Alegre dizendo-se fã de AC/DC, Stones, Metallica e Nir

Hoje, sem o enganador Órteman mas com o desprezado Douglas Costa, o Grêmio foi surrado impiedosamente pelo fraco time do Caxias, caindo por 4 a 0 na Serra. Pode ter custado as chances do título estadual – no domingo, será obrigado a enfrentar, possivelmente com reservas, o rival Inter fora de casa e, se for eliminado, acabou-se o campeonato nas quartas-de-final do returno. A goleada foi outra das incoerências futebolísticas de uma semana que teve a Bolívia metendo antológicos 6 a 1 na Argentina (para desespero da tevê de La Paz que prometeu aos jogadores locais 11 mil dólares por gol marcado), o rebaixado Brasil de Pelotas fazendo 1 a 0 no Novo Hamburgo e vencendo pela única vez no Gauchão, e o sem-ter-o-que-fazer-no-campeonato São Luiz sendo melancolicamente superado em casa pelo outro rebaixado de 2009, o Sapucaiense, que fez 1 a 2 numa partida que VALIA TANGERINAS.
E agora me dizem que o Brasil vai virar CREDOR do FMI. Só falta o Aurora ganhar uma na Libertadores para completar a festa das improbabilidades realizadas.
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