terça-feira, 21 de abril de 2009

Alfi e a revanche

Perder em Panambi – polêmicas à parte – foi o suficiente para que o técnico Bebeto Rosa e a diretoria do Riograndense demonstrassem preocupação com o futuro do Periquito na Segundona Gaúcha. Clubes da mesma chave, como o Glória, de Vacaria, ultrapassaram o verde-esmeralda na tabela – demostrando, ainda, um nível futebolístico melhor. O recesso que o fim do primeiro turno proporcionou serviu para que os cartolas investissem em contratações para os setores mais fracos da equipe: entre os sondados, podemos listar Sandro Sottilli, conhecido e rodado centroavante, Chiquinho e Vainer, ex-jogadores do Inter-SM e ainda Juninho Laguna e Márcio Machado, que defenderam o time dos Eucaliptos na temporada passada. O contato foi eficiente: Vainer e Laguna assinaram contrato com o Riograndense, enquanto Márcio Machado já está praticamente acertado. Empolgado com as novas contratações – que ainda não tinham condições legais de atuar – o torcedor lotou o Estádio dos Eucaliptos na estreia do returno, diante do mesmo Panambi.

A estadia do quadro santamariense não foi exatamente tranquila em Panambi. A arbitragem recebeu sonoras queixas dos visitantes, sendo as ouvidas ali mesmo na cancha as mais exaltadas. Para o confronto em Santa Maria, a diretoria do próprio SER Panambi pagou a diferença financeira para bancar apitadores ditos mais qualificados. Talvez não tenha sido um bom negócio. Mas enfim, a partida nem havia começado quando surgiu a primeira confusão: tanto Riograndense quanto Panambi adentraram o gramado trajando verde, a cor do uniforme titular do quadro mandante. Perfilado em campo para o fotógrafo do futebesteirol, o Panambi ouviu uma grande vaia: vestir verde significaria apenas voltar aos vestiários, CAMBIAR a camiseta e atrasar o início do jogo. Sobrou para o preparador de goleiros visitante, que aquecia lentamente o seu arqueiro, um "porra, já começaram a complicar!". O personagem, então, mostrou-se mui solícito: "Che, o juíz entrou no vestiário e disse para entrarmos com calções e camisetas verdes." Então tá.

Findo o período dos distúrbios pré-jogo, e com bons dez minutos de atraso, a bola rolou. E com pouco mais de um minuto, uma jogada ensaiada que buscava o beque Bonaldi resultou no primeiro escanteio, rapidamente cobrado por Giovani. Luís Fernando, que recebeu a pelota, cruzou na cabeça do centroavante Rodrigo, o primeiro a mexer as redes. Riograndense 1-0, para decepção dos poucos mas esperançosos panambienses presentes em Santa Maria. O arrastado primeiro tempo seguiu com incontáveis escanteios para os locais, sendo a maioria dos TIROS DE ESQUINA cobrados sem força ou precisão por Luís Fernando, que retornou ao clube depois de disputar a Taça Fábio Koff pelo rival, ou pelo lateral Marquinhos. As repetitivas infrações do Panambi foram rigidamente punidas pelo árbitro Douglas Perdomini, seja com enérgicos cartões amarelos ou com esporros desaforados. Somam-se aos registros positivos as arrancadas do meia Gioavani, do Riograndense, que aliou velocidade a um bom domínio da bola e a autoridade do meio-campo do Panambi, que se adonou da partida a partir dos primeiros vinte minutos - mesmo que isso não tenha significado um destino exatamente útil para a posse de bola.

Na volta do intervalo, os volantes Bi e Rangel, do Periquito, retomaram o ímpeto tradicional e acabaram com a festa que os ofensivos visitantes tratavam de organizar. O placar poderia alargar-se quando Giovani, em outro jugadón, assaltou a área e sofreu pênalti. Silvano, que não foi citado anteriormente no texto por estar desoladoramente sumido no jogo, cobrou para o arqueiro da SER Panambi acertar o canto sem pular. Bela defesa que recolocou o quadro visitante na partida. Bebeto Rosa, percebendo a ausência de iniciativa do ataque após o penal malogrado, mandou para campo o mítico Alfinete, no lugar de Rodrigo, o autor do gol. O efeito foi quase imediato. Após alguns sonolentos minutos, ALFI - como foi carinhosamente chamado por um torcedor - iludiu um zagueiro inocente pela banda esquerda e pediu nova penalidade. Perdomini apitou com fervor e Luís Fernando cobrou no mesmo canto que Silvano, mas desta vez o BALÃO achou sua CASA. O 2-0 persistiu sem grande resistência do Panambi, que não exibia mais forças. Provavelmente não havia mais espaço na ALMA, pois os dois penais tomaram o espírito de ÓDIO.

O Riograndense pulou para 16 pontos com a vitória e encontra-se na segunda colocação. O Santo Ângelo fez o favor de ser derrotado pelo Lajeadense (ainda o lanterna, com seis) e parou nas 14 unidades. O Glória segue líder e único invicto da Chave 3, com 18 pontos. Na próxima rodada, Riograndense e Glória duelam em Vacaria no que deve ser o mais aguardado embate da Segundona até aqui. Abaixo, o vídeo do gol de Luís Fernando, registrado por Maurício Brum do pavilhão dos Eucaliptos. O pênalti que Silvano perdeu você vê aqui.


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