
O Zeca, que citei aqui anteriormente, meu amigo colorado, portanto não muito afeito ao Danr

Uma correria desenfreada, a do Zeca, mas, contrariando as aparências, não interminável. Em algum pedaço do momento eterno, ele chegou à área adversária. Em um instante, parou, olhou, pensou, viu um companheiro desmarcado, teve a certeza de que o gol seria certo se desse o passe, porém deu um bilhete só de ida às favas para as preocupações e fez a pergunta: “quando eu vou ter outra chance de meter um gol no Danrlei?”. Decidiu. Chutou. Chutou forte, como se todo o significado da existência dele estivesse naquela pelota que cortava o ar.
E errou.
O significado da existência dele estourou na parede atrás da goleira, porque a bola, desgraçadamente, passou raspando a trave do Danrlei e não entrou. A pergunta que o Zeca se fizera instantes

Ontem eu estava ao lado do Zeca e de mais dois amigos, nas arquibancadas do pavilhão do 19 de Outubro, e todos juntos gritávamos o coro que, em onda, tomava aquele setor do estádio: “Danrlei! Danrlei! Danrlei!”. Uma saudação irônica. Eram seis minutos do segundo tempo da partida do São Luiz contra o Brasil de Pelotas, e Danrlei havia acabado de repetir o que muito se vira na estreia xavante no Gauchão: espalmou uma bola nos pés do jogador adversário, entregando um gol de bandeja. No Bento Freitas, dia 3, foi para Eraldo, do Santa Cruz. Ontem, o lento Carlos Lima aproveitou o rebote para fazer 1 a 0 a favor do São Luiz. O Zeca comentou:
– Ele devia ter jogado mais vezes no gol contra nós. Pelo menos teria treinado.
De fato. O Danrlei desse Gauchão está sendo o rombo no casco do navio do Brasil de Pelotas, branqueando os cabelos de todos aqueles que depositavam nele as maiores expectativas para o campeonato. Depois do primeiro gol são-luizense, Danrlei espalmaria outras três bolas semelhantes, que dessa vez o time de Ijuí não aproveitaria. Ainda assim, o que as falhas não fizeram, um golaço de Fabiano Veiga consumou: disparando um míssil teleguiado desde a intermediária, acertou o ângulo direito dos xavantes e aumentou para o 2 a 0 final aos 68 minutos.
Haveria ainda uma bola na trave chutada por Barão, a onze minutos do fim. O placar “amplo” confirmou o que se imaginava. O Brasil, tradicional freguês em Ijuí, continua sumindo em campo no segundo tempo pela falta de preparo físico, e agora terá que fazer milagres para

Claro, também confirmou que se o Danrlei evitava jogar as peladas no gol para não correr o risco de um fiasco, este Gauchão de fim de carreira está tratando de arruinar cruelmente o seu orgulho. Ter levado um gol do Zeca não seria nada comparado a sofrer um de Maurício (que eu perseguirei até o fim dos dias se continuar se arrastando em campo). Felizmente para Danrlei, Itamar Schulle resolveu atender às preces da torcida, adotando uma tática astuta, com o deslocamento do centroavante são-luizense para o banco de reservas. Quando entrou, no fim da partida, Maurício sequer fez esforço para correr atrás da bola e não ameaçou a moral de Danrlei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário