Desde 1977 o Novo Hamburgo não jogava em Ijuí pelo Campeonato Gaúcho. Naquela vez, que além da última foi a única em que o anilado esteve aqui para disputar um encontro do estadual, o São Luiz levou 1 a 0 – uma tônica. Nos sete jogos disputados entre as duas equipes, um pouco pelo fato de a imensa maioria ter sido em território adversário, o ex-rubro ijuiense jamais saíra vencedor.
Ontem, de novo. O Noia (sem acento pela nova regra), com a sua equipe forte para os padrões de fora da capital e sua folha salarial de trezentos mil reais, desembarcou no 19 de Outubro levantando comentários temerosos entre a torcida. E, provavelmente, entre a comissão técnica são-luizense. Anunciavam nas rádios que Itamar Schulle, travestindo-se de Professor Pardal, montaria uma tática diferenciada – e davam destaque ao deslocamento do lateral-direito Barão para o meio, condição que lhe renderia a camisa 10.
Escolheram o ponto errado para ressaltar. Embora a mudança de posição de Barão tenha sido uma das invencionices da noite, o mais importante aspecto tático do São Luiz foi o recuo do centroavante Maurício: Ronaldo Capixaba e Gabriel ficavam isolados na frente, com o 9 vindo de trás para apoiar. Uma tática desastrada. Maurício é daqueles centroavantes-postes, jogadores referenciais que de vez em quando marcam gols, mas são pesados, não possuem grande técnica e tampouco sabem dar passes precisos.
Ao tornar Maurício apoiador, e não referência do ataque, Itamar Schulle matou a sua própria estratégia. Raras eram as vezes em que a bola passava à frente, e Capixaba e Gabriel acabaram inofensivos. O São Luiz passou o primeiro tempo inteiro sem ter ataque, concedendo ao Novo Hamburgo seu melhor momento na partida, em que levou certo perigo. Na segunda metade do jogo, quando tentou crescer, através de modificações táticas – e da saída, sob vaias, de um Maurício cuja função resultou inútil –, o pálido* ijuiense parou nas mãos de Flávio. Com os seus quase cinco metros de altura, o arqueiro do Noia interrompia facilmente a jogada preferencial do time da casa: as bolas cruzadas e lançadas na área.
Chances reais mesmo, só duas ou três para cada time. Um zero a zero justíssimo de placar final, não tão ruim para o Novo Hamburgo, bastante preocupante para o São Luiz. Passada a segunda rodada, a impressão é de que o time montado no 19 de Outubro não é ruim a ponto de ser rebaixado – sem ser, contudo, bom o suficiente para atingir o objetivo de passar de fase. Ora tudo fica para mais tarde, pois as ideias estão direcionadas já para quarta-feira. “O jogo contra o Inter começou hoje!”, berrou Itamar Schulle aos seus comandados após o empate do domingo. As análises frias, sensatas e pessimistas que cabem a um time que empatou duas vezes em duas rodadas, podem aguardar a final de Copa do Mundo que o São Luiz tem por disputar.
3 comentários:
* Enquanto durar essa história de o São Luiz adotar o uniforme branco como principal, chamarei o ex-rubro de pálido.
cool blog
Parece que o mesmo se passou em Santa Maria. Imaginem, agora, a ala "colorada" do Esportivo barrar o azul do uniforme.
Quanta BOBAGEM! Já é tão difícil fazer futebol no interior. Se não gostam de vermelho, que fundem outro clube na cidade (no caso de Santa Maria, que vão torcer para o Riograndense)...
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