Certos clubes constroem um nome que torna uma vitória sobre eles sempre desejável. A menos que passem décadas sem títulos importantes e sumam da listagem de potências futebolísticas presentes na recordação geral, eles permanecem alheios ao momento e à realidade da equipe que botam em campo. Não importa que o Beira-Rio tenha recebido, na quarta-feira, uns Boca’s ex-juniors: ainda eram representantes do poderoso Boca Juniors. Pusessem sobre o gramado onze perros de azul e amarelo e continuaria sendo importante derrotá-los.
E não eram onze cachorros. Haviam moído a LDU na fase anterior, e ontem voltaram a fazer uma boa partida. Na primeira etapa. A segunda começou com Alex destuindo tudo e todos e terminou com Alex destruindo tudo e todos, marcando gols aos 49 e 88 minutos. Nesse meio-tempo, os argentinos tentaram reagir diante de um Internacional que voltara melhor postado e pararam assim que Noir apelou para instintos primitivos em detrimento da inteligência e foi expulso.
O dois a zero dá uma tranqüilidade maior por outro fator além da dificuldade de se remontar: o resultado exclui um paralelo com 2005, quando o Inter levou à Argentina uma vantagem de um gol e voltou goleado e eliminado. Nem precisaria disso, porém: a Bombonera-repleta-de-alto-falantes não tem mais razão para causar temor na torcida vermelha, em seus jogadores, em ninguém do clube. O Colorado mudou muito desde as duas goleadas que levou lá em Sul-Americanas passadas e, desde 2006, enquanto acumulava títulos, experiências e grandeza, concluía que o seu próprio estádio podia ser um Calderón del Diablo – algo que, no Brasil, ainda é privilégio de poucos clubes fora do Rio Grande do Sul.
Todo esse crescimento, auxiliado parcialmente pela meia força do time boquense, será determinante para que o Inter iguale a melhor campanha brasileira na taça continental (São Paulo, 2003) e atinja as semifinais. Se isso for conseguido, é importantíssimo ressaltar um aspecto de toda a trajetória alvirrubra durante a década: por maior que o clube tenha se feito, ele sempre entrou na Copa Sul-Americana com a mesma seriedade, as mesmas ganas de vencer e, apesar de ter botado uma Libertadores nas vitrines, continuou sem desprezar o outro título. É uma postura diferente da adotada pelos demais clubes brasileiros e, por isso, dá ao Inter uma tradição na competição que ninguém mais tem por aqui. Valorizar uma “conquista menor” permite questionamentos, mas é louvável que o mais empenhado na busca pelos resultados esteja recebendo o seu prêmio.
Um comentário:
Sobre a Sulamericana e o Inter:
A crise do River parece não ter fim. Depois de fazer a façanha de perder pro Boca em casa, ainda me perde o jogo pro Chivas. E o pior é que o Chivas também está mal, ficaria fora dos play-offs do Mexicanão hoje, e ocupa a modesta nona colocação geral. Tudo bem que o grupo deles não ajuda, é muito equilibrado, mas Chivas e América decepcionam.
O Inter conseguiu uma esperada vitória contra o Boca, qualquer coisa fora disso seria zebra. E o time é muito bom, se o saci vestir a carapuça como deve fazer, e se tocar que praticamente não tem chance nenhuma de chegar à Libertadores do ano que vem, e só se dedicar ao máximo a esse torneio que todos desprezam e terá grandes chances de título.
Tudo isso por um simples motivo: O Inter é um dos únicos times que já não tem nada a fazer no campeonato nacional, nem fuge de uma situação desesperadora e nem está em busca do título...Chivas, River, Boca, Argentinos Juniors estão decepcionando no Nacional(embora o último deva se dedicar ao máximo na sulamericana) o Palmeiras tem que lutar pelo Brasileirão e o Botafogo está praticamente eliminado e não costuma ter reações heróicas, ao contrário de seu adversário.
Com isso, resta o Estudiantes, que está normal no Campeonato Argentino e conta com um aliado duríssimo. A alma platense, que já o fez vencer batalhas quase perdidas várias vezes. Sem contar que conta com um elenco bem regular e uma mistura de novos talentos com alguns mais rodados. Lembrando que o Estudiantes só caiu na Libertadores para aquela que saiu campeã.
Ainda temos um jogo e podemos ter reviravoltas, mas o parâmetro é esse, e tudo pode acontecer(mas se o Botafogo virasse contra o Estudiantes seria o fim dos tempos).
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