A versão 2004 do FIFA da EA Sports para PC trazia como grande novidade um certo Modo Carreira, a oportunidade de se envolver com temporadas completas de um clube incluído em qualquer divisão do jogo. Instalado o conteúdo dos dois CDs (era uma época anterior à glória do agora já decadente DVD), a primeira coisa feita foi um perfil para testar aquela funcionalidade inédita do simulador. Seguindo a lógica de uma “carreira”, o mais divertido seria começar de baixo, trocando para clubes maiores conforme os resultados viessem.
Decidi escolher um clube dentre os participantes da divisão mais inferior incluída no jogo – a quarta da Inglaterra – e peguei um certo Hull City, planejando erguê-lo à Premiership rapidamente, com um acesso por temporada. Naquela época eu desconhecia a história do clube, os seus cem anos sem jogar na elite do país e nem suspeitava que o crescimento planejado fantasiosamente por mim (e nunca concluído, pois na temporada seguinte larguei os Tigers para ir ao Marítimo de Portugal) ocorreria na realidade.
Naquele próprio 2003/04, o Hull subiu à terceira divisão e, em 2004/05, emendou outra ascensão, agora à Football League Championship, segundo nível mais alto do futebol inglês. Ali esteve por duas temporadas lutando contra rebaixamentos para, em 2007/08, dar o seu terceiro grande salto à frente da década: classificou-se aos playoffs de acesso e, no dia 24 de maio deste ano, em Wembley, com um golaço do ídolo Dean Windass, assegurou a última vaga na Premiership para a temporada atual – e, pela primeira vez na sua caminhada vinda desde 1904, escreveria seu nome na tabela dos vinte grandes do país, nem que fosse por um ano.
Parece que será por mais tempo. Com exceção do estrondoso tropeço em casa contra o Wigan Athletic, no fim de agosto (derrota por 0-5), o debute é positivo: até o sábado, aquela fora a única derrota, e figurava ao lado de importantes vitórias contra Fulham e Newcastle (ambas por 2-1, sendo a segunda fora de casa) e igualmente bons empates frente ao Blackburn (1-1) e ao Everton (2-2).
Até o sábado, existiam razões para orgulho e bases para esperar uma permanência.
No sábado, veio a provável maior vitória dos cento e quatro anos de existência do Hull, o 1-2 com remontada sobre o Arsenal no Emirates Stadium. Veio a ausência de voz dos londrinos e a extraordinária alegria da torcida que se deslocara do nordeste inglês à capital do país. Eles viram o seu time derrubar um gigante. Eles viram a história. Poderiam morrer naquele momento e toda a luta e o sofrimento pelo clube teriam valido a pena.
Mas os muitos que sobreviveram, passada a euforia, quedam-se querendo mais. Depois do sábado, a torcida dos Tigers começa a ser inflada pela expectativa de ver o time num torneio europeu em 2009. Depois do sábado, os planos reais conseguem superar em ambição até os mais grandiosos imaginados por um descompromissado jogador de FIFA.
Decidi escolher um clube dentre os participantes da divisão mais inferior incluída no jogo – a quarta da Inglaterra – e peguei um certo Hull City, planejando erguê-lo à Premiership rapidamente, com um acesso por temporada. Naquela época eu desconhecia a história do clube, os seus cem anos sem jogar na elite do país e nem suspeitava que o crescimento planejado fantasiosamente por mim (e nunca concluído, pois na temporada seguinte larguei os Tigers para ir ao Marítimo de Portugal) ocorreria na realidade.
Naquele próprio 2003/04, o Hull subiu à terceira divisão e, em 2004/05, emendou outra ascensão, agora à Football League Championship, segundo nível mais alto do futebol inglês. Ali esteve por duas temporadas lutando contra rebaixamentos para, em 2007/08, dar o seu terceiro grande salto à frente da década: classificou-se aos playoffs de acesso e, no dia 24 de maio deste ano, em Wembley, com um golaço do ídolo Dean Windass, assegurou a última vaga na Premiership para a temporada atual – e, pela primeira vez na sua caminhada vinda desde 1904, escreveria seu nome na tabela dos vinte grandes do país, nem que fosse por um ano.
Parece que será por mais tempo. Com exceção do estrondoso tropeço em casa contra o Wigan Athletic, no fim de agosto (derrota por 0-5), o debute é positivo: até o sábado, aquela fora a única derrota, e figurava ao lado de importantes vitórias contra Fulham e Newcastle (ambas por 2-1, sendo a segunda fora de casa) e igualmente bons empates frente ao Blackburn (1-1) e ao Everton (2-2).
Até o sábado, existiam razões para orgulho e bases para esperar uma permanência.
No sábado, veio a provável maior vitória dos cento e quatro anos de existência do Hull, o 1-2 com remontada sobre o Arsenal no Emirates Stadium. Veio a ausência de voz dos londrinos e a extraordinária alegria da torcida que se deslocara do nordeste inglês à capital do país. Eles viram o seu time derrubar um gigante. Eles viram a história. Poderiam morrer naquele momento e toda a luta e o sofrimento pelo clube teriam valido a pena.
Mas os muitos que sobreviveram, passada a euforia, quedam-se querendo mais. Depois do sábado, a torcida dos Tigers começa a ser inflada pela expectativa de ver o time num torneio europeu em 2009. Depois do sábado, os planos reais conseguem superar em ambição até os mais grandiosos imaginados por um descompromissado jogador de FIFA.
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