segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O momento

Na tarde de 17 de setembro de 2006, somente dois sóis após completar 103 anos de fundação, o Grêmio bateu o Botafogo por quatro a zero diante de um Olímpico de trinta e duas mil vozes. Era a 24ª rodada do Brasileirão daquele ano, o tricolor estava no meio da sua grande arrancada de então e subia a 42 pontos na classificação, vice-líder a quatro unidades do São Paulo, que tinha um jogo a menos.

Os gremistas, insanos, acreditavam cegamente que poderiam erguer sua terceira taça do campeonato nacional. Na tarde do feriado de 20 de setembro, outra goleada por quatro a zero, agora contra a Ponte Preta, aumentou a intensidade dos cânticos de “o Grêmio vai sair campeão”.

Corta para 2008.

Na noite de 13 de setembro deste ano, somente duas luas antes de chegar aos 105 anos que comemora hoje, o Grêmio caiu tristemente diante de um Olímpico de trinta e seis mil vozes. Um a dois, com remontada, para o esforçado-e-ascendente Goiás. Ao final da 25ª rodada do Brasileirão atual, manteve-se na liderança, contabilizando 49 pontos, três a mais que o Palmeiras, equipe com mais lucros na jornada após vencer o Cruzeiro no Mineirão, ontem.

Nessas condições, estranhamente, uma parcela da torcida gremista diz que o título nacional foi perdido no sábado. Chegou a hora de desistir, contentar-se com uma vaga na Libertadores e colocar na cabeça a idéia de que o time não era assim tão forte e o devaneio já estava durando demais. É uma minoria, essa parte dos aficionados, mas é um grupo que pesa com o seu desânimo e derrotismo.

Qual a lógica de, em 2006, tendo quatro (ou sete, se o São Paulo vencesse o tal jogo atrasado – acabou empatando, a 30 de setembro) pontos de desvantagem, um quase cien por cien de gremistas acreditar no título e, em 2008, três à frente do segundo colocado, haver desânimo? Explica-se pela fase do time. Se hoje o Grêmio faz um segundo turno decadente, de muitos pontos imperdíveis desperdiçados, há dois anos tinha belas perspectivas para o futuro, vendo-se capaz de triunfar e remontar a pontuação são-paulina.

Os adeptos dessa explicação parecem ignorar que, na época, o São Paulo não dava qualquer indício de que tropeçaria, diminuindo as possibilidades de conquista. A verdade, a única, é que o torcedor não quer saber dessas banalidades relacionadas a terceiros. Quatro pontos de desvantagem? São Paulo bem? Ou, em 2008, Palmeiras encostando e tendo uma seqüência fácil de jogos pela frente? Tudo isso é secundário. O torcedor só quer saber de resultados – do seu time. Vencendo, é a melhor equipe do mundo; perdendo, faz-se terra arrasada. Um lugar-comum, mas é o que temos ao comparar o humor gremista de 2006 e de 2008 e a situação da classificação de cada temporada. Importa o momento e nada mais.

Em 2006, o Grêmio que ia ser campeão mesmo estando longe disso levou 4-0 do próprio Goiás, no dia 24 de setembro, e foi obrigado a aceitar que era bom apenas para buscar uma vaga na Libertadores. Por que, desta vez, o Grêmio que perdeu o campeonato no sábado não pode se descobrir capaz de vencê-lo? O fim dessa história está em branco.

2 comentários:

jo disse...

O GREMIO É A TARTARUGA EM CIMA DO POSTE!NINGUÉM SABE COMO FOI QUE O BICHO FOI PARAR LÁ MAS QUE ELA UMA HORA CAI ,ISTO É CERTO!

Anônimo disse...

Basta ler alguns comentários em sites como o ClicRBS, com gente dizendo que o problema do Grêmio é o Roth e querendo a cabeça do treinador. É ridículo, para dizer o mínimo.

É óbvio que os últimos jogos não têm nos deixado muito otimistas em virtude do desempenho da equipe, abaixo do que vinha ocorrendo. Mas ainda está longe de ser desanimador.