Valeu algo o Gre-Nal de quarta? Tecemos duas opiniões divergentes na prévia, dois times entraram em campo, um par de gols convertidos, festa nas tribunas, análises sem fim, flauta pós-clássico e nada de uma conclusão definitiva. A Sul-Americana não transformou os ambientes de Grêmio e Internacional. Ao menos aparentemente.
Dos onze de azul no gramado, apenas Léo era tido como titular - e inclusive ele estava sem uma seqüência de atuações. Nos demais postos, reservas e improvisações sem fim, como Rudinei na lateral direita (e depois Adílson), a real estréia do já contestado Amaral e André Luís, primeiramente um ponteiro direito, e após a entrada de Soares escalado como enganche. O aficcionado gremista ligou sua TV esperando algo indefinido, clamando por um favor do futebol. Caso não fosse presenteado, serviria rir de um fracasso do estrelado rival.
Com D'Alessandro, Daniel Carvalho (gordo) e Gustavo Nery formando o lado esquerdo da equipe, o Inter era pleno favorito apesar das quinze unidades a menos somadas no campeonato nacional. O momento era outro, e os caros titulares necessitavam vencer e bem o aglomerado tricolor. Quando o confuso Sálvio Spínola apitou, o colorado iniciou o que faria por meio jogo, atacar com velocidade, ímpeto e certa bravura, porém com uma organização tática bastante limitada. D'Alessandro e Daniel viam a pelota passar alta, torta, mal tratada. As "tabelas aéreas" utilizadas pela meia cancha logicamente não funcionaram. O que chegava no gol, Marcelo Grohe, abençoado por Victor, tratava de afastar. Carvalho isolou uma falta assinalada na meia-lua. Andrés mandou a sua nos braços de Grohe.
O 0-0 era realidade no intervalo, e ao seu fim, o Grêmio voltou melhor. Tratou de arriscar alguns passes depois da linha central, atacar com o esférico no pé. Se não conseguiu ser superior e agredir o Internacional, equilibrou as ações e até marcou com Reinaldo, em situação irregular. Minutos depois, num contra-ataque armado unicamente pelo incansável Guiñazu, o próprio Cholo achou um penalti. Daqueles penais que certamente são discutidos quando o faltoso perde a partida, por exemplo. Daniel bateu firme e fez 1-0.
Atrás no placar, Celso Roth trocou o beque Thiego, machucado, por Adílson, primeiro-ou-segundo-volante-que-também-joga-na-lateral-direita, responsável por anular D'Alessandro até o fim. A surpreendente mudança de esquema diminiu ainda mais a iniciativa dos locais e Souza, arrisco dizer que no mesmo metro quadrado em que Marcelo Costa achou a nuca de Pedro Júnior em 2006, lançou a redonda na área encontrando o capitão Léo, que mesmo de costas desviou o suficiente para vencer Clemer.
Os minutos finais do derby do Rio Grande do Sul foram de inevitável pressão colorada. A zaga afastava como podia, auxiliada pelo atacante Adriano, do Inter. O 1-1 foi honroso para quem desprezou o jogo, a competição e o adversário. Honroso e de bom tamanho, porque facilitou a classificação no jogo da volta, no Olímpico, provavelmente com reservas em campo novamente. A grande maioria presente no estádio, porém, espalhou-se por Porto Alegre desconfiada do brilho dos jogadores e da organização prevista por Tite. Desconfiada do quanto valeu o Gre-Nal de quarta e de quanto vale a tal Copa Sul-Americana.
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