

Mas não foram as glórias que fizeram o Minervén adquirir um espaço na lembrança de muitos torcedores do continente. Mesmo na longeva participação de catorze anos atrás, a tônica do clube foi sofrer as piores goleadas possíveis em cada temporada da Libertadores. Era inevitável: por mais decente que a trajetória do time parecesse, alguém acabaria fazendo a festa em cima do Minervén. Em 1993, o Sporting Cristal peruano fez 6-2 e o Flamengo, 8-2; em 1994, os bolivianos Bolívar e The Strongest aplicaram, respectivamente, 4-0 e 7-1; em 1996, o San Lorenzo fez 4-0, o River Plate 5-0, e o América de Cali 4-1; em 1997, a Universidad Católica massacrou por 6-0 e, em 7 de maio daquele ano, no último jogo do clube por uma Libertadores, o Bolívar fechou o histórico lamentável num 7-0 com quatro gols de Antonio Vidal González.
Um espetáculo. Em quatro campanhas, o time levou mais de oitenta gols na maior competição da América do Sul. Usando de uma comparação extrema e covarde, porém válida, para dar uma idéia do significado desses números: o Atlético Mineiro, que jogou também quatro Libertadores, teve sua rede balançada 38 vezes na história do torneio. Infelizmente para os times que costumavam cruzar com ele, o Minervén foi fazendo campanhas cada vez piores no campeonato nacional e, por alguns anos no início deste século, chegou a fechar as portas. Voltou há quase um ano exato, em 27 de julho de 2007, sob o pomposo nome de Asosiación Civil Minervén Fútbol Club Bolívar, com a missão de disputar a segunda divisão de 2007/08. Dela sai

Esse novo Minervén, que vinha fazendo amistosos na Colômbia nos últimos dias, terá um desafio interessante amanhã: o Deportivo La Coruña espanhol, iniciando sua gira de três partidas pela Venezuela (ao lado, a programação da pré-temporada do clube, tirada do Marca), jogará com o Expreso Azul em Puerto Ordaz. Fala-se muito da evolução do futebol venezuelano, e esse jogo da quinta-feira pode ser tomado como uma prova definitiva do avanço. Pouco importa que o Depor chegue sem ganas: se o Minervén, aquele saco-de-pancadas goleado em outros tempos até por bolivianos, conseguir algo digno de orgulho nessa jornada intercontinental, ninguém pode contestar o potencial da Venezuela para triunfar neste esporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário