O melhor jogo que o estádio Olímpico receberia no primeiro turno. O Grêmio líder, o Palmeiras com seu elenco elogiadíssimo. Dois times mostrando qualidade e, pelo menos da parte gaúcha, trocas de passe envolventes. Sete a um fora de casa, a última vitória do tricolor. Na véspera, derrota do Inter para o inexistente Ipatinga. Torcida dopada de êxtase. Oitocentos mil pessoas rumo ao Monumental, era domingo para lotar.
Antes das quatro da tarde comentam que “chove forte em Porto Alegre, vai ser um jogo daqueles”.
Um jogo daqueles, sob chuva, entende-se: não é um jogo de bola no chão ou técnica como se esperava. Mudaram também outras coisas. O dilúvio dominical da capital gaúcha afastou a parte da torcida que é feita de açúcar, e a lotação completa deu lugar a um público decente de 36 mil espectadores. Em campo, poças que nem o bom sistema de drenagem do Olímpico pôde evitar. Bolas parando n’água, escorregões, de tudo. A chuva impossibilitou boa parte do imaginado.
Ditas condições, num jogo de forças mais ou menos iguais, costumam prejudicar o time local, obrigado a sair ao ataque. Prejudicaram o Grêmio e, ademais, pesou o azar de acertar duas bolas na trave ainda na primeira etapa. Na segunda, o Palmeiras chegou ao gol num pênalti obtido após erro de Thiego, e o tempo, sob o mau tempo, ficou escasso para os porto alegrenses. O empate surgiu rapidamente, pelos pés de Pico, num raro lance em que Marcos, de brilhante e reafirmativa atuação, esteve batido, mas depois da igualdade não houve remontada para honrar os esforços.
Graças à vitória por 0-0 do Botafogo contra o Flamengo e aos 2-1 sofridos pelo Vitória diante do Atlético Mineiro, a liderança do Grêmio não foi afogada pelo temporal de ontem. De qualquer forma, isso seria secundário. Estar ou não no primeiro lugar por esse momento é irrelevante para ser campeão lá no fim. O lamento necessário é por, em casa, não conseguir derrotar um adversário direto. Ninguém avisou que o Brasileirão, além de algumas jornadas com ausência de futebol, teria também rodadas de pólo aquático...
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