quinta-feira, 26 de junho de 2008

Tópicos espanhóis

Em boas condições mentais do autor, eles seriam somados para formar um texto decente.
• Arshavin marcado: um morto – Se Arshavin era o coração da Rússia, se sem ele haviam sido duas atuações toscas e com ele dois triunfos convincentes, se ele é o camisa 10 e o mais aclamado do grupo de Guus Hiddink, estava claro que precisava ser encontrada uma maneira de anulá-lo. A Espanha soube como. E a Rússia, embora estivesse com a presença física do seu craque, passou o jogo como órfã dele, que nada criou diante da boa marcação espanhola.• Faro goleador de Güiza – Fernando Torres, o camisa 9 da Espanha, teve uma noite semelhante àquelas de Luca Toni, quando a Itália deste ainda militava pela Euro: apareceu em todos os lances, convertendo-se em estorvo ao mandar para fora oportunidades “imperdíveis”. Aos 69 minutos, saiu, substituído por Güiza. O artilheiro do último Campeonato Espanhol precisou de pouco tempo para mostrar seu faro goleador: aos 73, recebendo belo passe de Fabregas, mandou um toque sutil para deslocar o goleiro Akinfeev e anotar o golazo do 0-2 (na foto, o arqueiro pula no vazio enquanto Güiza observa o esférico, que já rumará às redes).• Genial Cesc – David Villa foi obrigado a deixar o gramado ainda no primeiro tempo, sentindo lesão e virando um desfalque sério para uma hipotética final. A substituição forçada, porém, permitiu que Cesc Fabregas fosse a campo para uma atuação fenomenal. Com toques de grande dificuldade parecendo fáceis quando saídos de seus pés, lançou Güiza com extrema qualidade para o matador anotar 0-2. Aos 82, deu outra assistência adocicada, mandando ao meio d’área para que David Silva fechasse os 0-3 com tranqüilidade.• San Iker – Rússia 0-3 Espanha, jogo decidido, 88 minutos. Bola lançada na área, desvio de cabeça do impronunciável Bylialetdinov e gol. Não, nada de gol. Na pequena área estava Casillas – e ele interviu com um paradón, como de costume. Teve seu nome entoado pelo estádio lotado em Viena. Geralmente goleiros não viram destaque quando seus times podem sofrer gols. Mas falamos do melhor do mundo...• Hiddink e as semifinais – Seja com a Holanda, com a Coréia do Sul ou com a Rússia, o fim é o mesmo: Guus Hiddink faz uma bela campanha, geralmente supera adversários de nível, e pára nas semifinais.• Do gramado – Choveu, choveu e choveu em Viena. O temporal vinha desde ontem, interrompendo transmissões televisivas, chegando a levantar dúvidas sobre a realização da partida desta quinta-feira. Para quê? A chuva continuou hoje, mas o terreno de jogo esteve impecável e sem poça alguma durante o confronto inteiro – bem diferente do visto, por exemplo, na Basiléia, em que o excesso de precipitações forçou a troca da grama em meio à Euro.• Dourado – A Espanha jogou de amarelo (vá lá, dourado). Perdesse, estava ali uma piada pronta. Mas venceu inapelavelmente, goleando pela segunda vez o bom time da Rússia – e agora era uma Rússia com Arshavin. Venceu como deve vencer um postulante ao título continental, algo que enfim a Fúria se tornou, ao retornar a uma final após 24 anos. Quiçá o amarelo termine como prenúncio do ouro que caberia aos futuros campeões... O domingo revelará.

2 comentários:

Iuri Müller disse...

o Silva jogou mais que todo mundo e ninguém até hoje se prestou para citá-lo.

Maurício Brum disse...

Deixa o Silva feliz com o gol dele que já é suficiente.