
Ontem, na Casa Blanca, foi a final. O reencontro com uma noite copeira depois de três semanas sem Libertadores. E o Fluminense que entrou em campo não era o que se esperava. Ao menos no primeiro tempo, vimos o Flu do Brasileirão. E o Flu do Brasileirão não tem capacidade para vencer time algum. Não poderia ser diferente contra a motivada Liga de Quito – esta sim atuando no nível que a fez atingir a decisão, talvez até acima.
O golaço de Conca aos 12 minutos, numa cobrança de falta, então empatando a partida, representou mera distração num longo período totalmente equatoriano. Os cariocas davam aula de como perder uma taça – e se candidatavam ao concurso de defesa mais bisonha dos últimos tempos. Bola na área era um perigo. Se não resultava em gol, dava em escanteio. E se dava em escanteio, resultava em gol. Não foi à toa que saíram quatro desses – os gols – apenas no primeiro tempo. O festim começou com menos de dois minutos de partida, no tento de Bieler, e continuou após o empate, com Guerrón (27’), Jairo Campos (33’) e Patrício Urrutia (45’) erguendo os “surreais” 4-1, na feliz definição de um infeliz locutor brasileiro.
A LDU dava razão ao lugar-comum de que não se chega ao sonho final da grande Copa por acaso. E golearia, fosse mantida aquela figura de partida. Mas o Flu também jogava a vida. Importante demais para sofrer placares surreais. Voltou dos vestiários diferente, deparou-se com um oponente já satisfeito e, através de Thiago Neves, logrou um importante desconto. O 4-2 sustenta a vida da disputa. Haverá jogo no Maracanã, e o tricolor das Laranjeiras segue ilusionando. Em uma semana, descobriremos como se dará seu retorno ao mundo real: na crise de acabar com as mãos vazias e se descobrir último colocado da liga nacional ou na insuperável glória de levar às suas vitrines a maior das taças.
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