domingo, 1 de junho de 2008

Zebra, dois líderes e prisão

NÁUTICO 3-0 BOTAFOGO
1-0: 12 min. Felipe (N)
2-0: 47 min. Felipe (N)
3-0: 63 min. Wellington (N)

O jogo foi o de menos na jornada dos Aflitos. Tudo o que envolveu o duelo girou em torno dos polêmicos acontecimentos vistos depois da expulsão do botafoguense André Luis, aos 37 minutos: na saída de campo, fez gestos obscenos à torcida local, chutou uma garrafa na direção da arquibancada e foi ao banco de reservas, algo que a regra não permite. Ele errou. A polícia interveio e, por seu turno, também exagerou. Após um suposto desacato, agarrou o atleta com truculência, provocando reação dos companheiros de time na tentativa de protegê-lo. Foram recebidos com spray de pimenta. A imagem de alguns membros do batalhão de choque apontando para – ou prometendo – certos jogadores da equipe carioca foi forte, e um retrato de uma tarde em que as decisões desastrosas vieram de todos os lados. No fim, André Luis recebeu voz de prisão e, incrivelmente, foi retirado pelos policiais passando em meio à torcida do Náutico! Um abuso. Não é a primeira vez que a polícia pernambucana se envolve em eventos do tipo – casos como a Batalha dos Aflitos de 2005, com agressões a jogadores gremistas, ou a prisão do treinador Lori Sandri, então no América de Natal, em jogo contra o Sport em 2007, compõem um passado recente dos jogos em Recife. Antes de coincidência, a repetição dos fatos por lá mereceria a alcunha de despreparo.
A bola voltou a rolar depois de onze minutos de interrupção, e um Botafogo sem cabeça para o futebol não foi mais páreo para o Náutico.

IPATINGA 2-0 VITÓRIA
1-0: 11 min. Renato (I)
2-0: 90+2 min. Adeílson (I)

A zebra do domingo. Alguém conseguiu perder para o Ipatinga! Mais que isso: logo depois de uma rodada em que o time mineiro havia empatado. Já são quatro pontos do teórico rebaixado mais confirmado da Série A 2008! O triunfo começou a se desenhar depois de um início em que os visitantes começaram jogando em cima mas, no primeiro ataque dos locais, acabaram sofrendo um gol. Voltando melhor na etapa complementar, o Ipatinga achou mais um gol nos acréscimos para vencer o confronto que teve quatro expulsões – duas de cada lado.

SANTOS 0-0 SÃO PAULO

Era para ser um grande clássico entre dois times que atingiram as quartas-de-final do continente, mas foi um joguinho miserável – mais uma mostra do desarranjo técnico de ambos após o fim do sonho da Libertadores. Não houve muitos lances espetaculares, não houve público (menos de oito mil pessoas para um clássico é de rir), não houve futebol. Não poderia haver um gol, nem um vencedor. Ao fim da quarta rodada, o bicampeão brasileiro São Paulo continua na zona de descenso, em 18º lugar, com 3 pontos e sem vitória alguma. O Santos aparece um pouco acima: é 14º, tem 4 pontos, graças a uma vitória sobre os mortos do Ipatinga.

CORITIBA 1-1 CRUZEIRO
1-0: 48 min. Michael (COR)
1-1: 55 min. Ramires (CRU)

Ontem caiu a invencibilidade da defesa e do time do Grêmio. Hoje foi a vez do Cruzeiro – mas só sua defesa foi vazada, a derrota, graças à arbitragem, ainda não veio. Graças à arbitragem pois, no fraco primeiro tempo, dois erros do trio comandado por Carlos Eugênio Simon impediram uma história diferente do jogo, anulando um lance de gol e não concedendo um pênalti legítimo ao Coritiba. No segundo tempo, os paranaenses tentaram fazer justiça, abriram o placar, mas logo sofreram a igualdade. Assim, o Cruzeiro perdeu os 100% de aproveitamento, mas permaneceu como líder, contando 10 pontos. O Coritiba ficou com somente 5 e é 8º colocado.

FLUMINENSE 0-1 FLAMENGO
0-1: 87 min. Leonardo Moura (FLA)

Sobre um gramado que, por conta da chuva, dava a impressão de estar coberto por uma improvável neve, o Fla-Flu provocou a mesma decepção do San-São da Vila Belmiro àqueles que esperavam algo de bom futebol. A partida foi ruim, o desinteresse esteve visível (o Fluminense, preocupado com a Libertadores, mandou reservas), e o público do Maracanã, geralmente elogiável, sequer chegou às vinte mil pessoas. A vitória rubro-negra veio no fim da partida, e em um gol de pênalti. Nada de espetacular, mas suficiente para levar o Flamengo a 10 pontos e deixá-lo igualado com o Cruzeiro na liderança (porém atrás pelo saldo de gols). O Fluminense ainda não quer saber do Brasileirão, e aparece na outra ponta da classificação: suas escalações de escassos titulares serviram para conquistar apenas 1 ponto, e o tricolor é lanterna.

ATLÉTICO MINEIRO 2-0 PORTUGUESA
1-0: 29 min. Coelho (A)
2-0: 56 min. Marques (A)

Enfim o Atlético vence uma partida neste Brasileirão. Jogando com uma camisa diferente em cada tempo, o time mineiro jamais fez uma atuação de encher os olhos, mas superou sem maiores questionamentos a pobre Portuguesa, quase inexistente pelas bandas ofensivas. Depois de três empates nas três primeiras rodadas, o Galo sobe a 6 pontos, indo ao 7º lugar e podendo se vangloriar de ser um dos únicos invictos do campeonato – os outros são o rival Cruzeiro e o Flamengo que, em números invertidos, venceram três e empataram uma. A Portuguesa fica num preocupante 19º lugar, com 2 pontos, e tem o desconsolo de, diferentemente de São Paulo e Fluminense, companheiros de momento no rebaixamento, não ser vista como capaz de reagir para almejar coisas grandes.

PALMEIRAS 1-0 ATLÉTICO PARANAENSE
1-0: 55 min. Alex Mineiro (P)

Velho ídolo do Furacão, Alex Mineiro apareceu hoje para dar a vitória aos oponentes do ex-clube. Vitória que não veio sem polêmica: no primeiro tempo, um lance de impedimento duvidoso provocou a anulação do que seria o gol do Atlético, convertido por Wallyson. Reclamação alguma mudará o placar, que levantou o Palmeiras para a 6ª posição, com 7 pontos, e estacionou os de Curitiba no 9º lugar, com 5.

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