Antes da Eurocopa, a não-convocação de dois dos mais destacados jogadores espanhóis para o selecionado nacional provocou críticas ferrenhas (incluindo as minhas) ao treinador Luis Aragonés. Pedíamos a presença de Guti e Raúl, ambos do Real Madrid.
O nome de Guti pode parecer estranho, mais associado aos jogadores protegidos do clube merengue do que ao bom futebol – é um preconceito. O jogador madridista foi grande responsável pelo título da Liga, vivendo a provável melhor temporada de sua carreira, distribuindo passes de rara genialidade e chutes precisos às redes adversárias (características que encontraram seu ápice no Madrid 7-0 Valladolid de 10 de fevereiro, quando ele participou diretamente de todos os gols). Do contrário, os pedidos por Raúl não chegavam a surpreender. Decadente nas últimas temporadas, mas ainda constante na seleção, ele desempenhou um 2007/08 voltando ao alto nível – era absurdo privar a Seleção Espanhola de seu camisa 7.
Nós, os críticos, não esperávamos um 7 tão arrasador quanto foi David Villa nessa estréia da Fúria, hoje, sob a incessante chuva que caiu no estádio Tivoli Neu em Innsbruck, Áustria. Contra uma Rússia promissora, que chegou a fazer uns primeiros minutos de jogo equilibrados, reticentes e cheios de possibilidades para os dois lados, La Roja sorriu com o despertar do monstro do Valencia. Aos 20 minutos, Fernando Torres fez jogada de raça na esquerda, acreditou numa bola perdida, roubou-a do zagueiro que a tinha dominada e, na saída do goleiro, tocou para o meio da área. Assim, com o gol aberto, Villa fez 1-0. Mais por obrigação do que com brilho. Mas era apenas o princípio. Enquanto a Rússia tentava o empate a todo custo, acertando duas vezes a trave, a Espanha aumentava sua contagem, com Villa acertando mais duas vezes as redes: aos 45 e 75 minutos, 3-0, um hat-trick de belo futebol.
Festa. A partida poderia acabar ali, não havia mais o que ver naquele recital. Ainda houve dois gols, um para cada lado, no finzinho da partida, com Pavlyuchenko descontando para os russos aos 85 minutos e Fabregas, em impedimento, sentenciando o 4-1 com um peixinho aos 90. Isso tudo era um adendo desnecessário. Os críticos já estavam calados. E os espanhóis, maravillados.
Um comentário:
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