sábado, 17 de maio de 2008

Heróis clássicos

A décima quinta rodada é feita e farta de clássicos. Confrontos dos mais tradicionais e históricos acabam por decidir o Clausura, que ruma para seu fim. Boca e Racing duelaram na Bombonera, La Plata viveu a emoção de sempre e a rivalidade continuará no domingo, com Huracán x San Lorenzo e Independiente x River Plate.

Preservando grande parte dos titulares, o Boca Juniors enfrentava um dos rivais de muitos anos, o sempre complicado Racing Club. A Bombonera, que possivelmente sentia mais o confronto das quartas-de-final da Libertadores, que irá ser decidida longe, no México, do que o jogo presente, recebeu belo público. O título do Clausura, se está distante, não pode ser considerado impossível, e os suplentes xeneizes entraram no gramado a morir. Aproveitar a chance poderia significar futuras aparições na equipe principal, e quiçá citação para os próximos confrontos da Copa.

La Academia, uma equipe sempre assustada com o fantasma do descenço, saiu na frente com uma cabeçada do chileno Navia, e parecia controlar com certa tranquilidade a vantagem. Até que veio o segundo tempo, o empate, o cansaço e a descantagem numérica, com a expulsão de Shaffer. O Racing se descontrolava por completo.

Os locais tomaram conta do embate, e o esférico só rodava em pés azuis. Ricardo Noir, um juvenil que ingressou no campo quando tudo parecia acabar empatado, mostrou talento e estrela. Na sua primeira oportunidade com a mítica camisa azul e ouro encontrou o pé da trave. Lamentos intermináveis. Mas no último lance, a casualidade encontrou o mesmo Noir, que flamente, acertou um belíssimo arremate de esquerda. 2-1 e delírio boquense.

Em La Plata, o lobo e o leão duelavam com interesses distintos. O Estudiantes, audacioso, lidera e almeja o título mais do que tudo. Superar o rival de sempre dobraria a motivação e o ímpeto para a inesperada - antes da competição - conquista.

O Gimnasia, de fraca campanha no Clausura, buscava antes de qualquer coisa, a honra. Honra perdida nos últimos clássicos, quando foi absurdamente inferior aos vermelhos, como algumas goleadas memoráveis provam. E dignidade para melhorar a colocação na tabela que não coincide com a grandeza dos triperos.

A tarde, porém, novamente foi do pincha. O moderno estádio Ciudad de La Plata, copado pelas duas torcidas, viu atuações extraordinárias de Verón e Maggiolo. O primeiro foi a própria essência do clube quando defendeu como pôde a apertada vantagem de uma equipe que jogava com dois jogadores a menos. Já o centroavante, fundamental ao guardar novamente tentos de enorme importância para as ambições do Estudiantes. Maggiolo marcou os dois gols de sua equipe no 2-1, ambos de cabeça. O domingo reserva ainda mais.

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