É sempre divertido quando uma seleção nacional grande termina sem vencer um adversário fraco. Pode ser um amistoso, como foi. O importante é o nível do oponente. Há alguns minutos terminou empatado o jogo em que, estando em casa, num estádio lotado por 47 mil torcedores, a Alemanha parecia decidida a arrasar: em vinte minutos, 2-0 no placar do Fritz-Walter Stadion de Kaiserslautern.
Os adversários eram da Bielorrússia, a Rússia Branca, nome perdido no seu aportuguesamento, mas mantido para os germânicos: Weißrussland estava plenamente dominada. No intervalo, como em todos os amistosos, como em todas as Seleções fortes, a Alemanha fez as suas substituições, continuando as trocas depois. Com dez minutos do segundo tempo, ainda no 2-0 parado, os de casa tinham quatro alterações; os visitantes, apenas duas.
Aos dezesseis minutos da etapa complementar, gol de Bulyga para os bielorrussos. E o jogo começava a tomar aquele ar divertido, de um grande à beira de escorregar e ser pisoteado por um menorzinho. Até onde a Alemanha levaria aquilo na camisa? Futebol já estava faltando num time que seria alterado outras duas vezes, terminando o dia sem nomes como Schweinsteiger, Ballack, Podolski ou Klose em campo – mas e daí? A Bielorrússia, tão vencível, também fora privada do seu principal nome, Aleksandr Hleb, do Arsenal, substituído no início do segundo tempo.
Aquilo foi levado pela Alemanha até os 88 minutos. Então, gol de Bulyga. De novo. Restou o 2-2 e o olhar desconsolado de Lehmann, enraivecido pelo empate. O jogo terminou com Neuville mandando um roscaço para longe, no derradeiro ataque alemão, nos acréscimos, desesperado para recuperar a vitória. Sim, era apenas um amistoso. Mas, às vésperas da Eurocopa, diante de um adversário cuja campanha nas eliminatórias não passara de mediana, o empate representou um susto para a Alemanha, e trará todas as conseqüências de uma atuação abaixo da média nessas alturas.
Aos bielorrussos, a chance de dar insensatez ao amistoso. E a efêmera alegria de um quadro bem distante da luta pela taça continental. Alegria pelos gols de Vitali Bulyga, um jogador do tal Luch-Energija, de Vladivostok, no fim da Rússia que não é a Branca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário