Repetir tragédias num mesmo palco passa a imagem de mesmice, suficiente para adotar o velho termo cunhado pela imprensa uruguaia há quase sessenta anos. Maracanazo, ontem, novamente, dizem todos, sobre os 0-3 do América. O enésimo, diz este redator. Falar em Maracanazo é cair no que todos já escreveram. Qualquer vitória de algum time mais desacreditado no palco histórico do Rio de Janeiro merece essa denominação. A amarelada do Flamengo – “faltou sorte”, disse a sempre bondosa imprensa carioca – foi memorável, o triunfo do América do México, grandioso, e a vitória não foi uma qualquer. Mas tampouco foi um Maracanazo explicado restritamente na definição da palavra.
O Fla, de Joel Santana até o fim da partida, tinha monumentais 2-4 obtidos no Azteca. E seu adversário era um lanterna do campeonato nacional. O Fla vinha da euforia do título carioca, e mantinha um pensamento míope, desde 2007, a afirmar que o Maracanã era seu lar insuperável, em que vozes cantantes ajudam a fazer gols. Ajudam sim, e ontem cinqüenta mil vozes seguiram cantantes mesmo quando tudo ruía, mas não eram sobrenaturais ao ponto de ajudar depois que o Flamengo mostrara ter, além das credenciais, um pequeno salto alto.
O América, por sua vez, nem sul-americano é, e carrega o preconceito de alguns, que o vêem como um ignorante da simbologia do espírito das jornadas continentais passadas. Quiçá pelo próprio nome, mais provavelmente pela situação na liga nacional, o time mexicano teve uma atitude diferente daquela que muitos dos seus compatriotas adotam: não desrespeitou a competição para a qual é convidado, e foi a campo com seriedade, força, qualidade. Foi, cego, em busca da remontada – estocando na base da raça típica de argentinos, uruguaios e mesmo dos brasileiros mais destacados da história da Copa. Como se pedisse perdão pelo desprestígio de outras participações de clubes norte-americanos, mostrou que o México também pode levar, sim, honra à competição por meio de seus representantes. E assim o mexicano fez dois gols no primeiro tempo, assim achou o terceiro a treze minutos do fim, assim fez o Maracanã vaiar os rubro-negros depois do apito final. Assim foi ao 5-4 no placar global da eliminatória e passou de fase.
Assim, simplesmente: com alma libertadora. Não foi um Maracanazo o que se viu ontem. Foi apenas a Libertadores em sua mais pura essência. Calejado que deveria estar por tantas participações, o ingênuo Flamengo precisou de um mexicano para lembrar isso.
O Fla, de Joel Santana até o fim da partida, tinha monumentais 2-4 obtidos no Azteca. E seu adversário era um lanterna do campeonato nacional. O Fla vinha da euforia do título carioca, e mantinha um pensamento míope, desde 2007, a afirmar que o Maracanã era seu lar insuperável, em que vozes cantantes ajudam a fazer gols. Ajudam sim, e ontem cinqüenta mil vozes seguiram cantantes mesmo quando tudo ruía, mas não eram sobrenaturais ao ponto de ajudar depois que o Flamengo mostrara ter, além das credenciais, um pequeno salto alto.
O América, por sua vez, nem sul-americano é, e carrega o preconceito de alguns, que o vêem como um ignorante da simbologia do espírito das jornadas continentais passadas. Quiçá pelo próprio nome, mais provavelmente pela situação na liga nacional, o time mexicano teve uma atitude diferente daquela que muitos dos seus compatriotas adotam: não desrespeitou a competição para a qual é convidado, e foi a campo com seriedade, força, qualidade. Foi, cego, em busca da remontada – estocando na base da raça típica de argentinos, uruguaios e mesmo dos brasileiros mais destacados da história da Copa. Como se pedisse perdão pelo desprestígio de outras participações de clubes norte-americanos, mostrou que o México também pode levar, sim, honra à competição por meio de seus representantes. E assim o mexicano fez dois gols no primeiro tempo, assim achou o terceiro a treze minutos do fim, assim fez o Maracanã vaiar os rubro-negros depois do apito final. Assim foi ao 5-4 no placar global da eliminatória e passou de fase.
Assim, simplesmente: com alma libertadora. Não foi um Maracanazo o que se viu ontem. Foi apenas a Libertadores em sua mais pura essência. Calejado que deveria estar por tantas participações, o ingênuo Flamengo precisou de um mexicano para lembrar isso.
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