quarta-feira, 23 de abril de 2008

O jogo inexistente

Oito chutes a gol do Barcelona, apenas um do United. Este é o saldo após o final da partida no Camp Nou. Um retrato fiel do que foi o duelo, desde o início - ou desde o pênalti perdido por Cristiano Ronaldo, no segundo minuto: os catalães atacavam, os ingleses defendiam, tentando contra-ataques fadados ao fracasso. Porém, o domínio barcelonista, evidenciado nas chances, refletido na posse de bola por 62% do tempo, foi incapaz de ocasionar alguma vantagem na eliminatória: os gols inexistiram.

E o grande jogo não passou de expectativa. As duas equipes fizeram apresentações pífias, com berrante destaque para o United. Os comandados de Alex Ferguson jamais apresentaram a qualidade de um postulante aos títulos nacional e continental, acovardaram-se, gostaram do empate, chegaram a matar tempo por ele. Com exceção do pênalti, talvez por causa do desfecho do próprio, evitaram ao máximo a criação de jogadas.

Enquanto o Barça falhava em tirar o empate do marcador, o Manchester via tudo com bons olhos. Estranhamente. Parece desconhecer que zero a zero é um resultado sem personalidade, principalmente em mata-matas. À próxima partida, em Old Trafford, nenhuma equipe carrega vantagem alguma no resultado. Quem vencer leva, uma nova igualdade nula provoca prorrogação e, qualquer outro placar de empate, mas com gols, classifica o Barcelona. É por esse cenário que o United lutou. Anormal, para quem tem tanto futebol.

Só o fato de definir a semifinal em seu estádio dá uma teórica ajuda ao time inglês. Muito pouco. Está claro que, como os gols, o jogo de hoje também não existiu, ao menos para a eliminatória. Tudo segue por se construir.

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