domingo, 30 de março de 2008

As falsas boas equipes

O uso de dinheiro público ou investimento de pequenos empresários do futebol, faz surgir no Brasil as falsas equipes emergentes. Após 2 ou 3 anos de farra e torcida de modinha, a desgraça toma conta destes times.
Arena Barueri: Prefeitura constói estádio para 15.000 "torcedores"

Basta se lembrar do fenômeno São Caetano, em um tempo onde jogadores importantes foram atraídos por salários em dia, pouca pressão e ambiente tranqüilo do clube do ABC. Naturalmente, havia uma prefeitura por trás pagando tais rendimentos para nomes como Marcinho, Gilberto e Anderson Lima, por exemplo, que quando estiveram no Anacleto, eram valorizados nacionalmente. O clube chegou à final da Libertadores e hoje amarga na 2a divisão sem quaisquer recursos. Também de perto da capital paulista, emerge a olhos vistos o Barueri. Se em 2001 o clube, sob o codinome Roma Barueri, vencia a Copa São Paulo graças ao respaldo de um grupo de empresários, logo após isso, surgia o Grêmio Barueri, iniciando atividades no futebol profissional. Hoje, após um ano na elite paulista e na Série B nacional, o GRB atrai atletas como os experientes Ramón (ex-Vasco) e Alberto (ex-Santos), nomes claramente acima do padrão natural para a equipe que conta com o incentivo institucional da prefeitura da cidade.

O Grêmio Porto-Alegrense, por sua vez, forma em 2003 um time na base de interesses empresariais. É eleminado da Libertadores e o fantasma do rebaixamento sai do clube apenas na última rodada, depois de um insuspeito 3 a 0 no Corinthians Paulista. Um ano depois a equipe seria rebaixada com a pior campanha da era dos pontos corridos até então, superada pelo América em 2007.

O Paraná, berço do nascimento de vários grandes jogadores, geograficamente próximo dos principais estados do país e com uma economia muito boa, também assiste ao despontar de equipes estruturadas e com sensível aporte financeiro de empresários dispostos a multiplicar seus rendimentos. Como bem definiu Ruy Carlos Ostermann, no Sala um dia desses, a vida de empresário é "uma barbada".

Tudo porém gira em torno de um círculo vicioso e repleto de interesses. Os estaduais, a cada ano, estão cada vez maiores. As federações estaduais precisam do apoio dos clubes pequenos, que naturalmente querem usufruir ao máximo da possibilidade de receber as equipes grandes, imprensa e televisão. Já a CBF, precisa do apoio das federações e se vê pressionada a ceder o máximo de datas possíveis e impossíveis. É ou não é uma grande farra?

2 comentários:

Anônimo disse...

inesquecível rebaixamento tricolino com 5 rodadas de antecedencia e 3 como inalcansavelmente lanterna absoluto 2004.ISTO É IMORTAL...

Anônimo disse...

engraçadão.