MONTPELLIER - A sensação da França nesta sexta-feira que abriu o grande fim de semana com Copa da França foi o Metz. Lanterna da primeira divisão e rebaixado certo (tem apenas nove pontos ganhos em 23 rodadas, estando a 18 do primeiro fora do descenso), o time viu na Copa a chance de recomeçar e tentar salvar um pouco de dignidade numa ridícula temporada em que, até o jogo de hoje, havia vencido apenas dois jogos em 25 disputados (um pelo campeonato, outro pela Copa da Liga).
E, contra o Strasbourg, fora de casa, o Metz dos fiascos ao longo de 2007/08, que não vencia desde 26 de setembro, resolveu mostrar um futebol inédito até então. Após um primeiro tempo de resistência, finalizado em 0-0, o time recebeu doses de magia - e sorte, algo que vinha faltando há muito. Com segundos de bola rolando para a etapa final, a zaga do Strasbourg tentou dar um chutão para afastar a perigosa bola que rondava sua área... acabou acertando a perna de Aguirre, do Metz, que se movia em direção ao gol e viu a sua desgraça se desenhar: tomada de um improvável efeito e precisão, a pelota rumou ao canto direito do goleiro e balançou as redes para o 0-1. O próprio Aguirre, num contra-ataque, aos 62 minutos, trataria de tornar ainda mais incomum a noite de seus aficionados, colocando tranqüilidade no placar, com um 0-2.
Imaginando um jogo fácil, o Strasbourg acabou abatido pela surpreendente motivação dos oponentes. Acabou sem reação no resto do tempo e flertou com a humilhação: primeiro, aos 84 minutos, dando um pênalti ao adversário, que seu goleiro acabou salvando. Mais tarde, aos 90, levando um gol de Pjanic que provavelmente figurará na maior parte das listas francesas de mais belos tentos da temporada - na linha de fundo, pela direita ofensiva, o jogador chapelou o adversário, dominou a bola com um sutil toque de cabeça e, sem ângulo, invadiu a área; ali, fingiu cruzar e enganou o arqueiro, que saltou, deixando a meta livre para receber o carinhoso toque final de Pjanic, às redes. 0-3 e classificação indiscutível ao Metz. Numa noite atípica, numa noite de felicidade, um feito.
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