Equipes reservas, estádios com público muito abaixo do normal, adversários desqualificados, discurso de menosprezo. A Copa do Rei da Espanha é desvalorizada pelos grandes clubes daquele país. Desvalorizada ao ponto de, em algumas temporadas, estas equipes abrirem mão da disputa. Não valia a pena se desgastar. Mas... será que realmente não valia? Certos dias de futebol fazem pensar diferente. Ontem, foram disputados praticamente todos os jogos de volta dos 16 avos-de-final (para todos os resultados, veja os comentários), e a combinação de pequenos querendo fazer história e grandes à meia força proporcionou encontros de loucura.
A começar por Barcelona. Não havia muito o que se fazer no Camp Nou: a partida de ida já havia sido um massacre barcelonista por 0-3 e, por mais que o Alcoyano, da terceira divisão, quisesse, sua eliminação estava óbvia. Dizia-se, aliás, que seria a desforra do Barça no seu retorno aos gramados depois de perder o clássico para o Real Madrid. Era para ser uma goleada, acabou sendo um fiasco. Depois de iniciar o esperado massacre, abrindo 2-0 no primeiro tempo, os azuis-grenás se mostraram incapazes de continuá-lo. O Alcoyano foi, passo a passo, perdendo o medo e, com direito a gol no minuto 90, saiu do Camp Nou com um comemorado empate por 2-2. Deixou por lá uma insistente crise.
Já na capital... o que não faz uma boa fase! No Santiago Bernabéu, o que era para ser vexame acabou em saboroso triunfo copeiro. O adversário também era um time da terceirona, o esforçado Alicante. Na partida de ida, o sufoco já se anunciara, com o Real Madrid salvando o 1-1 graças a um gol de Balboa, aos 90 minutos. Na partida de ontem, não foi diferente. Poupando-se, os merengues pararam de jogar tão logo fizeram 1-0. Enquanto esperavam o jogo acabar, viram Borja, revelado na base blanca, querer ser o herói do outro lado, empatando o jogo. Enquanto esperavam o jogo acabar, quase jogaram tudo fora. Até que acordaram com o 1-1 figurando no placar, e resolveram voltar à carga. Sofreram, conviveram com a iminência da perigosa prorrogação, até ver, no último lance de jogo, Guti desferir o canhotaço que selou o destino do Madrid. 90+3 minutos e lá estava o 2-1 da classificação, para delírio dos torcedores que, por feitos passados, aprenderam a crer até o fim.
Houve outras mostras de força ontem. A essência da Copa na quarta-feira, porém, ficou por conta do atual campeão. Em casa, o Sevilla, como os outros favoritos, encarava um adversário da terceira divisão, o Denia. Podia até empatar sem gols, já que conseguira o 1-1 fora de casa, mas tinha qualidade para mais. No primeiro tempo, tranqüilos 2-0. No segundo tempo, a loucura. Não era o campeão que estava do outro lado, era um adversário igual - ao menos aos olhos de um Denia que acalentou o milagre. Com o mesmo destemor com que encara seus iguais, o pequeno Denia cresceu no Sánchez Pizjuán. Cresceu e fez um, dois, três gols. Remontou a contagem completamente e esteve a um passo e dois minutos da glória. Dois minutos que impediram a já histórica partida de se tornar lenda. Desesperado, o Sevilla conseguiu dar a sua volta no marcador, com gols de Chevantón, aos 89 minutos, e Kanouté, de pênalti, aos 90+1, para fechar o incrível 4-3.
Do milagre, restou a efêmera lembrança. Mas as remontadas, os gols no final, os heroísmos longe de casa, já haviam consagrado a quarta-feira. Os grandes clubes, que escalam reservas para estádios com pouco público, podem pensar diferente, mas uma rodada como a de ontem faz qualquer um concordar com a afirmação de um torcedor após o final dos jogos: "la Copa es maravillosa".
A começar por Barcelona. Não havia muito o que se fazer no Camp Nou: a partida de ida já havia sido um massacre barcelonista por 0-3 e, por mais que o Alcoyano, da terceira divisão, quisesse, sua eliminação estava óbvia. Dizia-se, aliás, que seria a desforra do Barça no seu retorno aos gramados depois de perder o clássico para o Real Madrid. Era para ser uma goleada, acabou sendo um fiasco. Depois de iniciar o esperado massacre, abrindo 2-0 no primeiro tempo, os azuis-grenás se mostraram incapazes de continuá-lo. O Alcoyano foi, passo a passo, perdendo o medo e, com direito a gol no minuto 90, saiu do Camp Nou com um comemorado empate por 2-2. Deixou por lá uma insistente crise.
Já na capital... o que não faz uma boa fase! No Santiago Bernabéu, o que era para ser vexame acabou em saboroso triunfo copeiro. O adversário também era um time da terceirona, o esforçado Alicante. Na partida de ida, o sufoco já se anunciara, com o Real Madrid salvando o 1-1 graças a um gol de Balboa, aos 90 minutos. Na partida de ontem, não foi diferente. Poupando-se, os merengues pararam de jogar tão logo fizeram 1-0. Enquanto esperavam o jogo acabar, viram Borja, revelado na base blanca, querer ser o herói do outro lado, empatando o jogo. Enquanto esperavam o jogo acabar, quase jogaram tudo fora. Até que acordaram com o 1-1 figurando no placar, e resolveram voltar à carga. Sofreram, conviveram com a iminência da perigosa prorrogação, até ver, no último lance de jogo, Guti desferir o canhotaço que selou o destino do Madrid. 90+3 minutos e lá estava o 2-1 da classificação, para delírio dos torcedores que, por feitos passados, aprenderam a crer até o fim.
Houve outras mostras de força ontem. A essência da Copa na quarta-feira, porém, ficou por conta do atual campeão. Em casa, o Sevilla, como os outros favoritos, encarava um adversário da terceira divisão, o Denia. Podia até empatar sem gols, já que conseguira o 1-1 fora de casa, mas tinha qualidade para mais. No primeiro tempo, tranqüilos 2-0. No segundo tempo, a loucura. Não era o campeão que estava do outro lado, era um adversário igual - ao menos aos olhos de um Denia que acalentou o milagre. Com o mesmo destemor com que encara seus iguais, o pequeno Denia cresceu no Sánchez Pizjuán. Cresceu e fez um, dois, três gols. Remontou a contagem completamente e esteve a um passo e dois minutos da glória. Dois minutos que impediram a já histórica partida de se tornar lenda. Desesperado, o Sevilla conseguiu dar a sua volta no marcador, com gols de Chevantón, aos 89 minutos, e Kanouté, de pênalti, aos 90+1, para fechar o incrível 4-3.
Do milagre, restou a efêmera lembrança. Mas as remontadas, os gols no final, os heroísmos longe de casa, já haviam consagrado a quarta-feira. Os grandes clubes, que escalam reservas para estádios com pouco público, podem pensar diferente, mas uma rodada como a de ontem faz qualquer um concordar com a afirmação de um torcedor após o final dos jogos: "la Copa es maravillosa".
Um comentário:
Jogos de ida e volta - os da quarta-feira são os segundos listados. * indica o classificado.
Alicante 1-1 Real Madrid
Real Madrid* 2-1 Alicante
Espanyol 1-1 Deportivo
Deportivo 1-2 Espanyol*
Real Unión Irún 1-2 Valencia
Valencia* 3-0 Real Unión Irún
Burgos 0-1 Getafe
Getafe* 4-1 Burgos
Granada 1-2 Atlético Madrid
Atlético Madrid* 1-1 Granada
Elche 1-1 Betis
Betis* 3-0 Elche
Osasuna 2-0 Mallorca
Mallorca* 4-0 Osasuna
Las Palmas 2-4 Villarreal
Villarreal* 2-1 Las Palmas
Denia 1-1 Sevilla
Sevilla* 4-3 Denia
Alcoyano 0-3 Barcelona
Barcelona* 2-2 Alcoyano
Hércules 2-2 Athletic Bilbao
Athletic Bilbao* 2-0 Hércules
Valladolid 1-1 Murcia
Murcia 2-3 Valladolid*
Málaga 0-0 Racing Santander
Racing Santander* 2-0 Málaga
Xerez 0-1 Recreativo Huelva
Recreativo Huelva* 1-1 Xerez
Na quinta-feira, serão definidos os confrontos entre Levante e Almería (ida: Levante 2-1) e Pontevedra e Zaragoza (ida: Pontevedra 1-0).
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