quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Jogo 1: o campeão fácil

Flamengo ergue a taça: Campeão Municipal Ijuiense de 2007

Os jogadores do Vila Nova ainda estavam fora do estádio 19 de Outubro quando o relógio se aproximava das sete horas - momento em que, teoricamente, o jogo deveria começar. Com atraso, chegavam chuteiras, camisetas e até jogadores para reforçar o time celeste do bairro Lambari. Compreensível, era a final do campeonato amador. Ainda fora do estádio, já vinham as últimas orientações e preces. O time só entraria no gramado quando a primeira partida da rodada dupla estivesse, realmente, a ponto de se iniciar.

O Flamengo não. Com a comunidade de Santo Antônio comparecendo em peso no estádio, o time se sentia mais à vontade dentro de campo. E lá, concentrado, esperava os oponentes. Num círculo, os jogadores se reuniram para a última oração antes da bola rolar. Aos berros, como para não deixar dúvidas de que estavam sendo ouvidos, pediam uma força extra. Pouco depois, o Vila Nova entrou no estádio. O jogo não tardaria a se iniciar e, da mesma forma que os adversários, o time se reuniu para orar, antes de assinar a súmula. Dependesse do pessoal lá de cima e o jogo terminaria empatado.

Atrasado, como bom duelo amador, o confronto começou por volta das sete e quinze. Numa rápida observação, até se poderia arriscar um favorito: o Flamengo contava com jogadores maiores e mais fortes, algo básico para triunfar na várzea. Força também se via na escalação do rubro-negro, defendido por atletas que atuaram no futebol profissional. Ao Vila Nova restava apostar na velocidade, tentar segurar o jogo no primeiro tempo e se aproveitar do cansaço do adversário na etapa final. No início, os celestes até pareceram capazes de mais, acertando inclusive um chute no travessão.

Logo, porém, aquela observação rápida sobre o Flamengo se mostraria a mais correta, com o time passando a mandar no jogo. Primeiro, num susto: aos doze minutos, uma falta cobrada de longe traçou um arco sobre a área e entrou, sem desvio, na meta adversária - a torcida vibrou, sem perceber que o lance, indireto, não valia. Os gols reais viriam pouco depois. Aos 14 e aos 18, 2-0 Flamengo. O Vila descontaria em cobrança de pênalti, aos 20, mas não mostrava futebol para isso. O campeão do interior, empurrado por sua torcida, jogava melhor e massacraria. Mais dois gols, aos 30 e 32 minutos, evidenciando a fraqueza do goleiro do Vila Nova, incapaz de fazer defesas fáceis, deixaram o placar em 4-1.

E era só o primeiro tempo. Tivesse fôlego, o Flamengo poderia fazer mais na etapa complementar. Mas não tinha, e o desesperado Vila Nova cresceu. Precisando remontar uma diferença gigante, o campeão da cidade começou o segundo tempo arrasador; o cronômetro, porém, avançava a cada oportunidade desperdiçada. Só aos 70 minutos veio a chance de iniciar uma improvável recuperação, com outro pênalti - desta vez, contudo, o goleiro adversário defendeu. Estava morto o Vila Nova, e o experiente time de Santo Antônio o colocou na roda. No fim, com uma facilidade que não poderia ser imaginada antes da bola rolar, taça para o interior do município.

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