Copa São Paulo, ontem

O jogo que vi na terça-feira de Copa São Paulo foi o disputado, porém fraco, duelo entre o Gurupi, de Tocantins, e o grande Fluminense, do Rio. Uma decepção para quem esperava bom futebol pelo lado carioca.

No primeiro tempo, foi um confronto até certo ponto equilibrado. Ao Gurupi valia sua derradeira chance de evitar a eliminação na primeira fase - era preciso vencer; ao Fluminense, pelo contrário, era jogo para se aproximar da vaga. A diferença de expectativas, tradição e estrutura dos clubes indicava uma vitória fácil do Flu, mas acabou não sendo assim - por sua própria incompetência.

Claro, pois se a etapa inicial, encerrada com a contagem estacionada em 0-0, foi de uma igualdade nas chances criadas, o segundo tempo foi de domínio total do Fluminense. Os cariocas empilharam chance atrás de chance, e as oportunidades que o Gurupi teve de passar do meio de campo poderiam ter sido contadas nos dedos de uma mão. Era uma pressão clara, mas que não se mostrava insuportável. Com uma falta de qualidade fenomenal para finalizar, o tricolor das Laranjeiras tinha em seus atacantes os maiores inimigos do gol. Hora o chute saía fraco, hora desviado, hora isolado - e, quando havia um resquício de precisão, lá estava o arqueiro Rodney, em grande tarde, para salvar.

Irritava ver a dianteira do Fluminense, mas não deixava de ser divertido ver o representante do futebol tocantinense sendo ovacionado pelo público em função da resistência. O empate seria facilmente sustentado com a bola rolando, já que o Flu seria incapaz de botar uma bola nas redes. Com a bola parada, no entanto... eram 88 minutos quando o quadro carioca conseguiu uma falta frontal à área do Gurupi. Com personalidade, João Paulo pediu para cobrar. Com tranqüilidade, mandou a pelota no ângulo direito do goleiro, para deixar o placar final no providencial 0-1. O Gurupi, depois de resistir, acabou eliminado. O Fluminense, com uma ofensiva que é um ataque de risos, definirá a liderança do grupo diante do São Carlos na última rodada. Que os jogadores coloquem o pé na forma até lá.

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Outro jogo que mereceu destaque ontem foi o embate entre América, de São José do Rio Preto, e Ceilândia, do Distrito Federal. O que foi do jogo pouco importa, pois a curiosidade esteve nas escalações: nada menos que três "Eric" figuravam no time titular do Ceilândia - e ainda havia um xará deles no banco do América. O maior destaque, porém, foi para o glorioso atacante Wender Love, também do Ceilândia. Segundo ele, o apelido nada tem a ver com o Vagner Love, da Seleção: a alcunha teria sido dada por um funcionário do clube, por conta do sentimentalismo de Wender... Nomes repetidos ou estranhos à parte, quem mereceu registro no fim das contas foi Cesinha, do América, autor do único gol da partida, aos 32 minutos do primeiro tempo. O Ceilândia, com seus três Erics e Wender Love, já está eliminado.