sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A grandeza corinthiana

Quando são rebaixados, os grandes clubes costumam viver dias caóticos. Não basta a revolta e frustração da torcida, a debandada de jogadores, o desencontro de idéias dos dirigentes, há o temor maior: estaria o clube se apequenando? Embora as temporadas tenham mostrado que os grandes, cedo ou tarde, voltam, no momento em que a queda se consuma, a questão parece pertinente.

O Corinthians, ao menos nessas primeiras semanas pós-queda, parece ser o pioneiro numa trilha diferente. Juras de amor eterno por parte da torcida até estão incluídas no caminho de retorno, mas isso não é novo em se tratando de um gigante caído. A diferença básica entre o Timão e os rebaixados anteriormente está no pensamento: o Corinthians vai para a segunda divisão com pensamentos de Série A - não de simplesmente voltar para lá, mas como se jamais tivesse deixado a elite.

Uma postura que o tempo julgará como certa ou fatal. O discurso que, em 2 de dezembro, parecia enganoso - "agir grande", "montar time capaz de competir em alto nível" - recebeu doses de veracidade pouco tempo depois daquele fatídico dia. Ao anunciar Mano Menezes como seu técnico de 2008, o clube vencia uma disputa contra equipes que jogarão a Libertadores, mostrando-se forte, mesmo na maior crise de sua história.

Depois, vieram reforços de elenco. Há, sim, jogadores saindo, e o tão sonhado "grande time" ainda não se aprontou, mas o Timão apresenta interesses e contratações de causar inveja a boa parte das equipes da primeira divisão - contrariando a lógica seguida pelos grandes rebaixados, que se limitavam a apostas na base e jogadores de segunda linha. Segundino, o Corinthians tem pensado maior do que muitos poderiam acreditar. Veremos se terá pernas capazes de um passo tão grande.

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