Em San Cristóbal, Venezuela e Bolívia fariam o que, imaginava-se, seria um confronto desinteressante, com pouca técnica. Ascendente, a equipe da casa deveria vencer sem maiores problemas. Totalmente oposto às previsões, o duelo se manteve a um ritmo alucinante, e mais: sempre com os bolivianos liderando a contagem. No fim, contudo, a raça venezuelana fez a diferença.
Depois de mandar no placar durante boa parte do tempo, os visitantes chegavam aos 78 minutos fazendo um gol que, na visão de muitos àquela hora, fecharia uma importante vitória fora de casa: de cabeça, o cruzeirense Marcelo Moreno assinalava 2-3. Mas o futebol - e os venezuelanos ainda estão aprendendo os encantos do esporte - não é tão previsível. Aos 82, Guerra mandou um torpedo indefensável, igualando o marcador. Como se não bastasse, um minuto depois, o goleiro boliviano Arias, contundido, deu sinais de que não poderia continuar em campo. Com as três substituições já realizadas, porém, teria que se manter no gramado durante os cada vez mais longos minutos finais. Aos 89, acabou pagando por isso.
Rojas, da vinotinto, cruzou uma bola despretenciosa na área. Méndez, zagueiro adversário, imaginando que o centro seria facilmente parado pelo arqueiro, não levou fé. Mas Arias estava machucado, e quem chegou antes na bola foi o inesperado Maldonado. Com um leve desvio de cabeça, o matador da equipe local tirava o goleiro do lance, assinalando 4-3. Aí, Arias saiu. Recrutaram o zagueiro Gutierrez, para quebrar o galho nos acréscimos. Sem prática alguma, acabou cometendo um erro básico da posição: adiantado, levaria um belíssimo gol por cobertura, outra vez de Maldonado, que fechava os 5-3.
Reinventando seu futebol, a Venezuela ontem descobriu ter uma garra até então desconhecida, buscando uma virada de loucura nos dez minutos finais.
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