quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Volta para casa

Os jogos foram disputados com sete anos de diferença, mas a facilidade encontrada e o placar final foram iguais. Como nos 5-0 sobre a Bolívia que marcaram a despedida da Seleção Brasileira no Maracanã, o retorno de ontem, frente aos cada vez mais fragilizados equatorianos, também teve meia dezena de gols.

Difícil não foi, nem na quarta-feira, nem em 2000. Mas o time só foi deslanchar no segundo tempo. No primeiro, toques de bola muitas vezes improdutivos fizeram os 80 mil presentes ensaiarem uma vaia - que só não se estendeu graças ao gol de Vagner Love, aos 18 minutos, recebendo uma bola na pequena área e fazendo aquilo que um centroavante deve fazer: estufar as redes, não interessa como.

Era insuficiente. "Só 1-0, contra o time que perdeu em casa para a Venezuela?", perguntavam os mais impacientes. Veio a etapa final e, apesar de o placar tardar a sofrer mudanças, notava-se que os torcedores comemorariam bem mais que na primeira metade. Aos 72 minutos, Ronaldinho desvia chute de Kaká para matar o goleiro equatoriano, fazer 2-0, e abrir de vez a porteira: os tentos começariam a ser empilhados.

Aos 76, Kaká, o melhor da noite, coroaria sua atuação estupenda com um golaço no ângulo do arqueiro Viteri. O melhor, entretanto, ainda estava por vir. O cronômetro se aproximava dos 82 minutos quando Robinho recebeu a bola no canto esquerdo. Um pequeno espaço na esquina do gramado para fazer o Maracanã presenciar mais um lance de antologia. Pressionado por De La Cruz, o jogador lembrou craques do passado, que tanto brilharam naquela mesma arena. Com o drible, que ele chamou de "vai pra lá que eu vou pra cá", Robinho ilusionou um país, e encontrou espaço para cruzar a bola. Elano soube pegá-la certeira, para transformar o espetáculo em gol. 4-0.

Kaká ainda faria mais um, dois minutos depois, ajudado por Viteri, que engoliu um frango. Os olhares, porém, já não se interessavam pelo 5-0 - todos ainda estavam hipnotizados pelo lance do tento anterior. Na noite em que o Brasil voltou para casa, o Maracanã, que foi de Pelé, Garrincha, Zico e outros tantos, deveria ter sido do próprio Kaká, mas acabou sendo de Robinho.

Nenhum comentário: