terça-feira, 16 de outubro de 2007

O Brasil e o Maracanã, em cinco momentos

Amanhã viveremos uma noite de reencontro, no jogo do Brasil frente ao Equador. Sete anos e muitas reformas depois, o Maracanã está pronto para ver o onze verde-amarelo sobre seu gramado novamente. A Seleção enfim voltará ao seu lar, onde viveu momentos de decepção e euforia incomparáveis. Nesta hora, vale, mais do que nunca, lembrar dessas páginas marcantes vistas pelo país dentro do "Maior do Mundo":

As touradas de Madrid

13/07/1950- Brasil 6-1 Espanha

Era o penúltimo jogo do Brasil no quadrangular final da Copa do Mundo. Imparável, uma Seleção Brasileira que atingia seu ápice não teve problemas para superar o até então invicto onze espanhol. Um show, e uma tarde inesquecível para o público do Maracanã. Em festa, os torcedores entoavam a marchinha carnavalesca: "Eu fui às touradas de Madrid / Parararatimbum, timbum / E quase não volto mais aqui / Para ver Peri beijar Ceci / conheci uma espanhola / natural da Catalunha...". O ritmo seguia, e o primeiro título mundial do Brasil parecia impossível de ser perdido. Mas, então, veio outro capítulo da história...

O Maracanazo

16/07/1950- Brasil 1-2 Uruguai

O Brasil jogava por um empate, contra um adversário tecnicamente inferior. O duelo já estava no segundo tempo quando a Seleção se aproximou ainda mais do troféu, ao fazer 1-0. Nada, absolutamente nada poderia fazer a Jules Rimet parar na Banda Oriental. Mas o Uruguai empatou. E virou. O gol de Ghiggia, aos 79 minutos de jogo, calou quase duzentas mil vozes no estádio e enlutou um país. Mais do que isso, inverteu o lado do heroísmo, transformando homens mortais em deuses. A maior tarde do Maracanã e, provavelmente, do século futebolístico.

Ensaio do Tri

31/08/1969- Brasil 1-0 Paraguai

Ainda em anos complicados após o fracasso na Copa do Mundo de 1966, a Seleção tentava voltar ao Mundial para dar a volta por cima no México. No dia em que o Maracanã recebeu seu maior público oficial (183.341 pagantes), o Brasil não deu espetáculo. Venceu com um gol solitário de Pelé, e fez o suficiente para recuperar a confiança dos aficionados. Era tudo o que aquele time mágico precisava para conquistar sua terceira Copa, no ano seguinte.

Vingança (?) e Tetra

19/09/1993- Brasil 2-0 Uruguai

Pela primeira vez na história, o Brasil poderia ficar fora de uma Copa do Mundo. Ocupando o 3º lugar do pentagonal antes da rodada final das Eliminatórias*, o selecionado auriverde não poderia sequer empatar se quisesse ocupar uma das duas primeiras colocações do grupo, então dominadas por Bolívia e Uruguai. Temia-se por um novo Maracanazo: estar ausente de um Mundial pela primeira vez teria o mesmo efeito devastador que perder a Copa em casa. Romário, porém, acabou com os temores, fez dois gols, eliminou o próprio Uruguai e ainda carimbou o passaporte brasileiro rumo aos Estados Unidos, para a conquista do Tetra.

A última apresentação

03/09/2000- Brasil 5-0 Bolívia

Foi nesse jogo sem glórias que o Brasil fez sua última apresentação no Maracanã. Um confronto fácil de Eliminatórias, indigno de toda a tradição do palco em que era disputado, acabou sendo a última chance que os cariocas tiveram para aplaudir seus jogadores... Até agora!

Um comentário:

Maurício Brum disse...

* À época, as Eliminatórias Sul-Americanas eram disputadas desta maneira, e não com um grupo único de 10 equipes como é atualmente. O Chile estava suspenso pelo caso Rojas, deixando dois grupos diferentes - um quadrangular, que classificava seu campeão diretamente e mandava o 2º colocado à repescagem, e um pentagonal, onde estava o Brasil, que classificava os dois primeiros diretamente, mas não dava chances de repescagem.