terça-feira, 25 de setembro de 2007

Três décadas da reconquista

Não houve tempo para o apito final soar: o cronômetro ainda marcava 89 minutos do Gre-Nal 235, quando a extasiada torcida do Grêmio invadia o campo do jogo que seu time vencia por 1-0. Com doses megalomaníacas de urros de alegria, lágrimas e risos, o jogo pararia para não mais continuar. Não era apenas mais um grito de campeão. Era a voz de uma nação calada por oito anos. Oito anos em que os gremistas acumularam fracassos, vendo o rival Internacional ser octa-campeão gaúcho e, pior, bi-campeão brasileiro. Oito anos em que o Grêmio se esforçava, lutava, sonhava e... só perdia.

1977 representou muito mais do que o vigésimo título estadual do tricolor. Significou a vitória sobre o Inter da "Era Beira-Rio", um time lendário que parecia nunca mais perder o posto de melhor do Rio Grande. Naquela temporada, contudo, o Grêmio montado minuciosamente pelo mestre Telê Santana foi capaz de questionar a soberania rival. E o time que prometia ser lembrado pelas derrotas e vaias, entrou para a história como um combinado de guerreiros que persistiram até alcançar a glória.

Há 30 anos, num domingo, 25 de setembro, chegava enfim "a vez do Grêmio", como estampou o jornal Zero Hora em sua capa da época. Bastava uma vitória dentro de sua casa para o tricolor erguer o troféu - outro resultado provocaria um desempate, no campo colorado. No início do jogo, voltaram sinais dos vacilos vistos nos anos anteriores: Tarciso, o "flecha negra", desperdiçou um pênalti. Mas aquele era o ano da reconquista. Aos 42 minutos de enfrentamento, veio a jogada ofensiva do Grêmio, o passe de Yura encontrando André Catimba, e veio o chutaço deste, no ângulo do goleiro Benitez. Veio a explosão. O Grêmio era o grande campeão gaúcho de 1977.

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