sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Sem qualquer controle

Gonzalo Acro, vinte e nove anos: morto na guerra interna de sua torcida

As disputas internas na barra do River Plate parecem um túnel sem fim. O comando da torcida 'Los Borrachos del Tablón' vem sendo questão de discórdia há vários meses, e para piorar, se agravou e tornou-se sangrenta.

Os grupos de Adrián Rousseau e Schlenker, os interessados a dirigir a barra, vêm protagonizando ataques fora dos estádios. O maior de todos gerou uma desgraça: Gonzalo Acro, braço direito de Rousseau foi baleado por um profissional contratado para o matar - como apurou a polícia e os diários argentinos - ao sair de um ginásio na quarta-feira. Acro estava com sua noiva e outro membro da torcida, Osvaldo Matera, que também foi ferido, mas passa bem.

Batalhas sem fim, ataques mafiosos dos dois grupos e morte. Como uma torcida chegou a este ponto? A movimentação do dinheiro foi o que mais contribuiu, certamente. As barras dão lucros imensos graças a venda de seu material e apoio das direções de alguns clubes. Acredita-se que Gonzalo Acro, morto tragicamente, largou a profissão de jornalista para se dedicar apenas ao River e sua torcida, o que deixa claro que era financeiramente positivo ser um barra de confiança. Ter a autoridade máxima na torcida significa milhares de pesos.

Após o crime, a confusão não parou. No funeral de Acro alguns participantes da 'Los Borrachos del Tablón' presentes agrediram os jornalistas que faziam cobertura, cobrindo o rosto e ameaçando quem continuasse filmando. A boateria também tomou conta: alguns jornais noticiaram que Rousseau já estaria planejando a vingança do amigo, dando a entender que novas batalhas acontecerão. O mesmo Rousseau, inclusive, é que teria ordenado seus colegas de torcida a agredirem os jornalistas. Não havia nenhum policial no local.

A guerra segue. Sem qualquer controle.

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