Mano Menezes pegou o Grêmio na Série B do Brasileirão em 2005. De um time fraco e desmontado, conseguiu, à base de esforço e decisões polêmicas - desde a dispensa de Somália, então artilheiro da equipe, até o fato de deixar Anderson na reserva - chegar ao título da competição. Um sofrimento desproporcional, evidenciado na última partida daquela temporada, a "Batalha dos Aflitos", acabou tornando o contestado treinador um ícone da equipe.
Abriram-se espaços para que novas convicções criticadas fossem adotadas - mas as discussões pareciam impossíveis diante dos bons resultados. Na temporada seguinte, com um time visivelmente mais forte, voltou a obter sucesso, conduzindo a equipe ao título gaúcho e a um grande terceiro lugar na primeira divisão nacional, que valeu vaga na Libertadores - algo inimaginável para um planejamento que tinha em mente apenas evitar o rebaixamento, de início.
Veio o reconhecimento nacional. Mano passou a ser quase uma unanimidade entre a imprensa, rotulado como grande treinador, chegando até mesmo a estampar a capa da revista Placar, a maior publicação futebolística do Brasil. E em campo, os resultados continuaram merecendo o crédito, com novo título estadual e um vice-campeonato da América, perdendo a final da Libertadores para o Boca de Riquelme, que era mais forte, reconhecidamente. Haveria como questionar o trabalho?
Pois os jogos seguintes, pelo Brasileiro, trataram de responder esta pergunta. Atuações fracas - e até mesmo covardes - do Grêmio foram capazes de mudar drasticamente a opinião de vários torcedores, e fazer acordar os críticos mais antigos. Logo mais vieram os pontos perdidos, em boa parte, pelas decisões do treinador. A chuva de contestações veio, como em um temporal. No último confronto, frente ao Corinthians, Mano foi dos maiores responsáveis pela bisonha derrota gremista. Substituições mal feitas, destruição de uma tática de jogo e uma expulsão sua no fim do jogo, por criticar a arbitragem, coroaram o momento de críticas. São necessárias mudanças no Grêmio: Mano precisa tirar lições dos seus erros logo, além de passar a temer menos os adversários, para tentar recuperar o prestígio de outrora.
Torcedores mais exaltados, no entanto, gostariam de guilhotinar o comandante tricolor. Deixando a cabeça exposta, sobre uma bandeja de prata, simbolizando o fim de uma pequena era.
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