sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os perigos da Bombonera

Engana-se quem pensa que a Bombonera é só pressão. Pelo contrário, o que torna o estádio tão temido pelos visitantes não é a pressão encerrada em si própria, e sim uma mística de vitórias épicas lá construídas, provocando um cenário em que o Boca Juniors aparenta ser inabalável dentro de casa.

Os times vão com tanto medo para a Bombonera que, ao conseguirem um suado bom resultado, como um empate ou vitória, acabam crendo que o mais difícil já passou. Mas, para estes, a história prova que o o que se fez na partida de ida nunca é suficiente.

Claro, pois também se engana quem pensa que o Boca só é forte dentro de casa. Talvez porque se vejam superiores após um bom resultado na Argentina, os adversários costumam ser apanhados dentro de seus domínios. Historicamente, o Boca consegue recuperar, fora de casa, os resultados ruins que obtém nas partidas de Buenos Aires.

Vale citar o caso ocorrido contra o paraguaio Libertad, neste mesmo 2007, em que, após empatar por 1-1 em casa, os argentinos levaram a vaga em Assunção, ao vencer por 0-2. Ou ainda lembrar de 2003, quando o surpreendente Paysandu venceu na Bombonera por 0-1, e quando pensava que nada podia tirar sua classificação, levou 4-2 em casa.

Deixando exemplos atuais de lado, podemos também voltar algumas décadas e ver o quão antigas são as "remontadas" boquenses longe de casa. No Mundial de Clubes de 1977, diante do Borussia Mönchengladbach alemão, a equipe argentina apenas empatou por 2-2 em casa, mas ao contrário do que se imaginava, isso não adiantou de nada aos seus adversários: na Alemanha, vitória por 0-3, e o primeiro título mundial do Boca Juniors.

Ao Grêmio, que decide a Libertadores em seu estádio, cabe tomar lições no passado para não cair nesta velha armadilha, se um bom resultado vier no jogo de Buenos Aires.

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