Glória auri-cerúlea

O Boca Juniors mostrou toda a força costumeira, não sentiu a pressão e superou as esperanças gremistas na final da Libertadores da América. Não houve recuperação para os tricolores gaúchos buscarem o sonho, encerrando-se a noite com a 6ª Copa indo às vitrines da equipe de Buenos Aires.

O caldeirão do estádio Olímpico, lotado, aguardava ansioso por outra virada épica do Grêmio. Inspirados no apoio incondicional da sua torcida, os jogadores entraram em campo dispostos, confiantes para reverter os 3-0 da Bombonera. O Grêmio foi à carga ta-logo o jogo começou. Entusiasmo inicial, jogadas ofensivas e trocas de passes sempre buscando o gol. Porém, diferentemente do que o sonho pedia, o caminho certo da remontada parecia não ser percorrido. O Boca portava-se em campo melhor do que fizera na partida de ida, criando um cenário diferente do previsto. Não faltava luta e entrega ao tricolor para superar aquela defesa; faltava... eles não sabiam o quê.

A motivação que tomara conta da torcida ia se esvaindo a cada minuto que voava. O cronômetro, cruel, girava seus ponteiros rapidamente. Aos poucos, descobria-se o que faltava ao Grêmio. Faltava tranqüilidade, faltava definição e, acima de tudo, faltava qualidade para prosperar diante do esquema armado pelos argentinos. Até mesmo a famigerada Imortalidade precisa de futebol para prevalecer – sozinha, a mística se encerrou nela própria.

No segundo tempo, os auri-cerúleos deram o golpe final, indo às redes. O Boca tinha mais time e também o craque Riquelme. Dos pés dele saíram os dois gols da vitória por 0-2, que poderia ter sido maior se Palermo não errasse um pênalti.

Em outra demonstração de amor, a última nesta Libertadores, a torcida gremista entoou seus cânticos até o final do jogo. Sabendo que, se a qualidade faltou na decisão, a luta prevaleceu ao longo da Libertadores, boa parte dos 50 mil aficionados aplaudiu os seus guerreiros após o término da partida. Apesar do desânimo, pois a taça, esta foi para Buenos Aires, mais uma do Rey de Copas, que novamente ensinou como se levanta um troféu.

Passadas as duas finais, como observou o treinador Mano Menezes, viu-se que “o Grêmio não tinha condições de ser campeão”. Venceu o melhor.