terça-feira, 22 de maio de 2007

A Europa curva-se à Grécia

Há tempos o continente europeu olha para a Grécia com interesse. Os filósofos daquela região, que ajudaram a moldar grande parte do pensamento ocidental vigorante até hoje, foram os primeiros a atrair as atenções para terras gregas. Mas, em alguma parte desses longos séculos, a atranção também começou a passar pelo esporte.

Em períodos onde grandes deslocamentos eram algo restrito a chefes de estado, mercadores ou exércitos, milhares de gregos e, posteriormente, peregrinos das mais variadas partes da Europa, dirigiam-se às terras helênicas, a fim de acompanhar o festival em honra ao deus Zeus, realizado a cada quatro anos, em Olímpia. Eram os primeiros dos jogos olímpicos, que mesclavam esporte, religião e arte, culminando com uma trégua sagrada, onde os conflitos bélicos, ao menos dentro da Grécia, cessavam por completo.

Criados em meados de 776 antes de Cristo, os jogos, inicialmente fechados a representantes das pólis gregas, foram forçados a se abrir também àqueles vindos de Roma, uma vez que o Império em ascensão veio a conquistar a Grécia. Foi o que bastou para que os olhos do continente, outrora voltados exclusivamente aos pensadores e filósofos gregos, passassem a vislumbrar, de uma vez por todas, as competições esportivas que lá ocorriam. O "Mundo Romano", antes indiferente, passou a dar grande reconhecimento às disputas, e seus vitoriosos heróis, aclamados em triunfo ao regressarem.

Amanhã, revivendo essas batalhas esportivas ancestrais, a Europa vai se curvar outra vez sobre a Grécia, buscando acompanhar de perto o que lá ocorre. Na noite européia de quarta-feira, em Atenas, Liverpool e Milan disputarão o troféu mais importante daquele continente. Só um dos dois retornará em triunfo.

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