quinta-feira, 19 de abril de 2007

Um fracasso retumbante

O Internacional, de Porto Alegre, segue em sua franca decadência no ano de 2007. Na noite desta quinta-feira, o clube gaúcho foi eliminado da Copa Libertadores da América, ainda na primeira fase do torneio. Um vexame extraordinário proporcionado pelo colorado, frustrando a todos que previam um grande ano após o espetacular 2006 (onde o time venceu a Libertadores da América e o Mundial de Clubes).

Dormindo sobre os louros das grandes vitórias do ano passado - sono este, ao que tudo indica, de que o colorado ainda não despertou - o Inter adotou várias posturas equivocadas neste 2007, tendo seu ponto mais baixo neste 19 de abril - dia do índio, talvez para festejar os diversos "programas de índio" feitos pelo clube de Porto Alegre. Desde o ano passado, o Inter já vinha num processo de debandada geral de seus jogadores, buscados pelo sedento mercado europeu, que passou a olhar especialmente para o colorado após as conquistas recentes. Este êxodo de muitos jogadores do time pode ser considerado algo normal em se tratando do futebol brasileiro, mas a reação da direção colorada não teve nada de normal: acreditando que sua equipe, mesmo desfalcada, seria imbatível, o presidente do Inter, Vitório Píffero, fez pouco caso das contratações, trazendo um ou dois reforços mais importantes e sem suprir as necessidades técnicas do time, mesmo tendo muito dinheiro para isso.


Bem, não existe time imbatível, assim como o futebol não costuma perdoar aqueles que crêem-se inatingíveis. O resultado veio no campo: subestimando os adversários no Campeonato Gaúcho, escalando várias vezes uma equipe reserva (com a qual, o colorado acreditava que poderia fazer pontos suficientes para passar de fase) sob o pretexto de poupar os titulares para a Libertadores, o Inter foi enterrando-se cada vez mais no torneio estadual, até completar seu fiasco com a eliminação ainda na primeira fase da competição - o pior resultado do clube na história do Gauchão.
Diante dos pífios resultados no Campeonato Gaúcho, a torcida colorada iludiu-se, pensando que na Libertadores as coisas seriam muito diferentes, e o Internacional entraria forte para brigar pelo bi-campeonato continental. Ledo engano: se a expectativa era de mudanças tendo os titulares no time, os resultados provaram que estas mudanças dificilmente ocorreriam. Sendo massacrado pelo uruguaio Nacional e pelo argentino Vélez Sarsfield, companheiros de grupo, o Inter afundou na classificação da primeira fase, obtendo vitórias somente contra o saco-de-pancadas Emelec, do Equador. Diante da campanha irregular (2 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, além de um saldo negativo de 1 gol), o Internacional chegava à última rodada, hoje, precisando de um milagre: golear o bom time do Nacional para conseguir obter ao menos o segundo lugar do grupo. Não conseguiu. Os uruguaios bem postados e com consciência defensiva, além de um domínio espetacular sobre a arte da catimba, souberam conter o ímpeto do Inter, que obteve uma vitória inútil por 1-0. Resultado magro, que deixou o Inter na terceira colocação do grupo e, conseqüentemente, eliminado. Para completar o vexame deste mal planejado Inter de 2007, o time tornou-se o primeiro clube da história a ser campeão de uma edição da Libertadores em uma temporada e não passar da primeira fase no ano seguinte. Alegria da torcida do Nacional, que ao contrário dos colorados, vê seu time ensaiar uma ascensão e a possibilidade de retornar às glórias.

Eliminado nas duas competições que disputou nesse início de ano, o Internacional literalmente jogou fora seu primeiro semestre (e, quiçá, seu ano). Com uma "folga forçada" até o começo do Campeonato Brasileiro, em 13 de maio, o clube de Porto Alegre vai ter tempo para repensar suas posturas e, talvez, salvar o que resta de 2007. E é bom que a reação comece logo, pois no Rio Grande do Sul já se fala em lutar contra o rebaixamento no Brasileiro...

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