Na charge do periódico "Diário do Pará", o Paysandu vê-se obrigado a engolir os dois gols do Remo, no clássico de ontem, assistindo ao sucesso de seu rival, enquanto afunda na sua decadência.
Queda plena e vertical vive o Paysandu, um dos gigantes do Norte do Brasil. Um clube que há poucas temporadas surpreendia e encantava o Brasil e até a América, com resultados importantes e históricos, não soube manter seu sucesso. O resultado da incompetência pra manter ao menos um décimo do brilho recente, é visto hoje, quando o "Papão da Curuzu" só decepciona sua numerosa torcida.
Do céu ao inferno em cinco anos. Alguém que vê o Paysandu na situação de hoje e não tivesse acompanhado o futebol brasileiro nos últimos tempos, jamais cogitaria as glórias recentes alcançadas pelo clube. Em 2002, talvez o melhor ano da história do Papão, o time conquistou a maior glória da história do futebol do Norte: jogando a Copa dos Campeões, torneio hoje extinto, que reunia os campeões regionais do Brasil, o Paysandu impôs-se diante de times tradicionais como Corinthians, Fluminense, Palmeiras e Cruzeiro, para levantar o troféu de expressão nacional. Mais do que isso, conquistou o direito de disputar a Copa Libertadores da América e mantinha-se na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Em 2003, o mito da Curuzu seguia sendo construído. Com um time embalado pelos gols de Róbson, Iarley e Vélber, o Paysandu encantava na Libertadores. Superou a primeira fase da competição sul-americana invicto (4 vitórias e 2 empates, em 6 jogos), incluindo aí uma goleada fora de casa, diante do Cerro Porteño paraguaio, por 2-6. Nas oitavas-de-final, o mais improvável ocorreu: diante do poderoso Boca Juniors, da Argentina, no palco lendário da Bombonera, em Buenos Aires, o Paysandu alcançou a maior vitória da história do futebol paraense, ao derrotar os argentinos por 0-1. A classificação, porém, não veio. No jogo de volta, no Mangueirão, o Paysandu caiu diante de uma atuação mágica de Guillermo Barros Schelotto (que fez um hat-trick), perdendo por 2-4. Uma chorada eliminação, mas que não ofuscou os feitos daquele ano. No Campeonato Brasileiro, as coisas seguiam boas, e o Paysandu seguiu na elite nacional em 2003 e 2004.
Foi em 2005 que a decadência, que hoje não parece ter data para terminar, teve seu início. Se o Papão vinha mantendo-se, com méritos, na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, suas campanhas não eram tão boas assim. O clube raramente passava da 15ª colocação e, aos poucos, foi ocorrendo um esvaziamento ainda maior de seu elenco. Em campo, o resultado: com 25 derrotas em 42 jogos e tendo a pior defesa do campeonato (92 gols sofridos), o Paysandu era rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, ocupando uma medíocre penúltima colocação na Série A.
Favorito ao retorno à elite em 2006, o clube de Belém não honrou as esperanças gerais. Seu fracasso e esfarelamento ficavam cada vez mais latentes conforme as rodadas da Série B iam passando. O Paysandu, que começara firme para brigar pelo acesso, foi perdendo espaço pouco a pouco e, para piorar a situação, seu rival, o Remo, que vinha desacreditado, já conseguia superar o time da Curuzu na tabela de classificação. Incrédulos, os torcedores do Papão viam seu time afundar. Na penúltima rodada da segunda divisão, veio o golpe fatal: uma goleada humilhante por 0-9 diante do Paulista, em Jundiaí, parecia fechar o caixão do Paysandu naquela Série B. Mas, o destino ainda reservava dores maiores ao time, pois, na última rodada, um fio de esperança veio à equipe. Vencendo sua última partida (como, de fato, ocorreu), o Paysandu praticamente se salvava do rebaixamento. Então, no último minuto do campeonato, a Portuguesa, adversária direta na luta contra a queda, alcançava o gol de sua vitória, fora de casa, contra o Sport. Com o resultado, ocorreu uma inversão de posições, fazendo que o Paysandu ocupasse a primeira colocação entre os rebaixados, entrando na zona de descenso quando não havia mais o que fazer. 60 segundos que mudaram tudo.
Queda tão rápida que faz o Paysandu ver 2007 sob o prisma de um clube de terceira divisão, com poucos recursos e jogando sua vida nos inóspitos gramados, muitas vezes varzeanos, do interior deste Brasil. Desde o início do ano, as coisas estão difíceis. Na Copa do Brasil, o Paysandu passou da primeira fase, a duras penas, diante do fraquíssimo São José, do Amapá. Na segunda fase, contudo, a mediocridade ficou evidente: levando 5-0 do Náutico, em Recife, o Papão despedia-se, novamente de forma vergonhosa, do torneio nacional, que era sua chance de recobrar algum brilho no primeiro semestre. A humilhação que parece não ter mais fim se completou neste domingo. O cada vez mais fraco time da Curuzu, de campanha medíocre no Campeonato Paraense, foi derrotado pelo Remo na final do segundo turno do estadual (por 0-2). Como já havia perdido o primeiro turno, o Papão está fora da finalíssima paraense. Quem decidirá o torneio serão seus rivais, a Tuna Luso e o Remo.
Ao Paysandu, cada vez chegando mais ao fundo do poço, só restou a Série C - e, se o sucesso não vier nesta, a sobrevivência, ou ao menos a grandeza do clube, estarão seriamente ameçadas.
Do céu ao inferno em cinco anos. Alguém que vê o Paysandu na situação de hoje e não tivesse acompanhado o futebol brasileiro nos últimos tempos, jamais cogitaria as glórias recentes alcançadas pelo clube. Em 2002, talvez o melhor ano da história do Papão, o time conquistou a maior glória da história do futebol do Norte: jogando a Copa dos Campeões, torneio hoje extinto, que reunia os campeões regionais do Brasil, o Paysandu impôs-se diante de times tradicionais como Corinthians, Fluminense, Palmeiras e Cruzeiro, para levantar o troféu de expressão nacional. Mais do que isso, conquistou o direito de disputar a Copa Libertadores da América e mantinha-se na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Em 2003, o mito da Curuzu seguia sendo construído. Com um time embalado pelos gols de Róbson, Iarley e Vélber, o Paysandu encantava na Libertadores. Superou a primeira fase da competição sul-americana invicto (4 vitórias e 2 empates, em 6 jogos), incluindo aí uma goleada fora de casa, diante do Cerro Porteño paraguaio, por 2-6. Nas oitavas-de-final, o mais improvável ocorreu: diante do poderoso Boca Juniors, da Argentina, no palco lendário da Bombonera, em Buenos Aires, o Paysandu alcançou a maior vitória da história do futebol paraense, ao derrotar os argentinos por 0-1. A classificação, porém, não veio. No jogo de volta, no Mangueirão, o Paysandu caiu diante de uma atuação mágica de Guillermo Barros Schelotto (que fez um hat-trick), perdendo por 2-4. Uma chorada eliminação, mas que não ofuscou os feitos daquele ano. No Campeonato Brasileiro, as coisas seguiam boas, e o Paysandu seguiu na elite nacional em 2003 e 2004.
Foi em 2005 que a decadência, que hoje não parece ter data para terminar, teve seu início. Se o Papão vinha mantendo-se, com méritos, na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, suas campanhas não eram tão boas assim. O clube raramente passava da 15ª colocação e, aos poucos, foi ocorrendo um esvaziamento ainda maior de seu elenco. Em campo, o resultado: com 25 derrotas em 42 jogos e tendo a pior defesa do campeonato (92 gols sofridos), o Paysandu era rebaixado à segunda divisão do Campeonato Brasileiro, ocupando uma medíocre penúltima colocação na Série A.
Favorito ao retorno à elite em 2006, o clube de Belém não honrou as esperanças gerais. Seu fracasso e esfarelamento ficavam cada vez mais latentes conforme as rodadas da Série B iam passando. O Paysandu, que começara firme para brigar pelo acesso, foi perdendo espaço pouco a pouco e, para piorar a situação, seu rival, o Remo, que vinha desacreditado, já conseguia superar o time da Curuzu na tabela de classificação. Incrédulos, os torcedores do Papão viam seu time afundar. Na penúltima rodada da segunda divisão, veio o golpe fatal: uma goleada humilhante por 0-9 diante do Paulista, em Jundiaí, parecia fechar o caixão do Paysandu naquela Série B. Mas, o destino ainda reservava dores maiores ao time, pois, na última rodada, um fio de esperança veio à equipe. Vencendo sua última partida (como, de fato, ocorreu), o Paysandu praticamente se salvava do rebaixamento. Então, no último minuto do campeonato, a Portuguesa, adversária direta na luta contra a queda, alcançava o gol de sua vitória, fora de casa, contra o Sport. Com o resultado, ocorreu uma inversão de posições, fazendo que o Paysandu ocupasse a primeira colocação entre os rebaixados, entrando na zona de descenso quando não havia mais o que fazer. 60 segundos que mudaram tudo.
Queda tão rápida que faz o Paysandu ver 2007 sob o prisma de um clube de terceira divisão, com poucos recursos e jogando sua vida nos inóspitos gramados, muitas vezes varzeanos, do interior deste Brasil. Desde o início do ano, as coisas estão difíceis. Na Copa do Brasil, o Paysandu passou da primeira fase, a duras penas, diante do fraquíssimo São José, do Amapá. Na segunda fase, contudo, a mediocridade ficou evidente: levando 5-0 do Náutico, em Recife, o Papão despedia-se, novamente de forma vergonhosa, do torneio nacional, que era sua chance de recobrar algum brilho no primeiro semestre. A humilhação que parece não ter mais fim se completou neste domingo. O cada vez mais fraco time da Curuzu, de campanha medíocre no Campeonato Paraense, foi derrotado pelo Remo na final do segundo turno do estadual (por 0-2). Como já havia perdido o primeiro turno, o Papão está fora da finalíssima paraense. Quem decidirá o torneio serão seus rivais, a Tuna Luso e o Remo.
Ao Paysandu, cada vez chegando mais ao fundo do poço, só restou a Série C - e, se o sucesso não vier nesta, a sobrevivência, ou ao menos a grandeza do clube, estarão seriamente ameçadas.
Um comentário:
eh u leão
eh u leão
Postar um comentário