Se o São Luiz jogasse a Libertadores, além de ouvirmos as trombetas do apocalipse soando ao fundo, teríamos uma série de problemas mais importantes para resolver. O primeiro deles seria o estádio.
Dizem algumas fontes obscuras da internet que o 19 de Outubro pode receber “confortavelmente” até nove mil espectadores. Pois bem: elas mentem. Venha para Ijuí conferir. As fontes erradas são como as que afirmavam que os estádios de Andorra acolhiam cinco mil pessoas – e eu cheguei lá e mal contei quinhentas cadeiras no Comunal d’Aixovall. Em Ijuí, se entrarem quatro mil espectadores é recorde. E geralmente quatro mil é a capacidade atingida DEPOIS que se colocam as famosas arquibancadas removíveis atrás da goleira norte, nos jogos contra a Dupla Gre-Nal.
Se o São Luiz jogasse a Libertadores, estaria obrigado a ir para a cidade mais próxima com um estádio em condições de receber o público mínimo exigido. Provavelmente Erechim. Mas digamos que a soja valesse o dobro do ouro, que Ijuí produzisse metade da safra brasileira e que todo o dinheiro fosse investido para ampliar o 19 de Outubro em tempo hábil. Nesse caso, as ruas Tiradentes, 24 de Fevereiro, Venâncio Aires, e a avenida 21 de Abril, que cercam o estádio, ficariam inutilizadas ou seriam convertidas em túneis sob as novas arquibancadas.
Mas o problema do trânsito na zona central da cidade seria o menor dos nossos. Para receber quadros estrangeiros, precisaríamos de um aeroporto. Ijuí, reza a lenda, tem um, mas a história anedótica dele dá uma noção da sua qualidade: para inaugurar o grande aeroporto ijuiense, o governador do Estado saiu de avião de Porto Alegre e pousou... no aeroporto de Santo Ângelo. Empobrecidos após transformar o 19 de Outubro num portento do interior – a essa altura já rebatizado como Colosso do Arroio do Moinho (o poluído riacho que passa atrás da geral a leste) – não poderíamos ampliar nossa pista de pouso.
Se o São Luiz jogasse a Libertadores, continuaríamos dependentes de Santo Ângelo para abandonar a região por meios aéreos. Em compensação, para chegar a La Copa teríamos que ou estar na Série A brasileira ou ter vencido uma Copa do Brasil, o que provavelmente já teria somado uma taça de Gauchão aos nossos ilustres troféus da Copa Galego e da Copa Mais Fácil. Ganhando jogos, e ganhar jogos sempre atrai “torcedores” (vide o que se passou em Caxias nos anos 1990), o pálido ijuiense poderia mandar os gremistas mais chorões colherem pitangas com os bugios, deixar de ser pálido e voltar a usar o tradicional fardamento vermelho.
Ijuí entraria no mapa internacional do futebol e o São Luiz passaria longos anos sem precisar mendigar patrocínios. A cidade seria divulgada, e os sul-americanos conheceriam os famosos pontos turísticos como... (pense, pense)... “aquele ali e aquele lá” – diz ele, apontando para o nada. Conheceriam algo, enfim.
É um exercício de imaginação pesado, considerar na Libertadores um time que não passa à segunda fase do Gauchão há DEZ ANOS. Mas se o São Luiz jogasse a Libertadores, é certo que ele venceria o tal do Aurora de Cochabamba, que ontem levou 0 a 3 do Boyacá Chicó em casa. E com um gol do Maurício. Que nulos, aqueles bolivianos.
Dizem algumas fontes obscuras da internet que o 19 de Outubro pode receber “confortavelmente” até nove mil espectadores. Pois bem: elas mentem. Venha para Ijuí conferir. As fontes erradas são como as que afirmavam que os estádios de Andorra acolhiam cinco mil pessoas – e eu cheguei lá e mal contei quinhentas cadeiras no Comunal d’Aixovall. Em Ijuí, se entrarem quatro mil espectadores é recorde. E geralmente quatro mil é a capacidade atingida DEPOIS que se colocam as famosas arquibancadas removíveis atrás da goleira norte, nos jogos contra a Dupla Gre-Nal.
Se o São Luiz jogasse a Libertadores, estaria obrigado a ir para a cidade mais próxima com um estádio em condições de receber o público mínimo exigido. Provavelmente Erechim. Mas digamos que a soja valesse o dobro do ouro, que Ijuí produzisse metade da safra brasileira e que todo o dinheiro fosse investido para ampliar o 19 de Outubro em tempo hábil. Nesse caso, as ruas Tiradentes, 24 de Fevereiro, Venâncio Aires, e a avenida 21 de Abril, que cercam o estádio, ficariam inutilizadas ou seriam convertidas em túneis sob as novas arquibancadas.
Mas o problema do trânsito na zona central da cidade seria o menor dos nossos. Para receber quadros estrangeiros, precisaríamos de um aeroporto. Ijuí, reza a lenda, tem um, mas a história anedótica dele dá uma noção da sua qualidade: para inaugurar o grande aeroporto ijuiense, o governador do Estado saiu de avião de Porto Alegre e pousou... no aeroporto de Santo Ângelo. Empobrecidos após transformar o 19 de Outubro num portento do interior – a essa altura já rebatizado como Colosso do Arroio do Moinho (o poluído riacho que passa atrás da geral a leste) – não poderíamos ampliar nossa pista de pouso.
Se o São Luiz jogasse a Libertadores, continuaríamos dependentes de Santo Ângelo para abandonar a região por meios aéreos. Em compensação, para chegar a La Copa teríamos que ou estar na Série A brasileira ou ter vencido uma Copa do Brasil, o que provavelmente já teria somado uma taça de Gauchão aos nossos ilustres troféus da Copa Galego e da Copa Mais Fácil. Ganhando jogos, e ganhar jogos sempre atrai “torcedores” (vide o que se passou em Caxias nos anos 1990), o pálido ijuiense poderia mandar os gremistas mais chorões colherem pitangas com os bugios, deixar de ser pálido e voltar a usar o tradicional fardamento vermelho.
Ijuí entraria no mapa internacional do futebol e o São Luiz passaria longos anos sem precisar mendigar patrocínios. A cidade seria divulgada, e os sul-americanos conheceriam os famosos pontos turísticos como... (pense, pense)... “aquele ali e aquele lá” – diz ele, apontando para o nada. Conheceriam algo, enfim.
É um exercício de imaginação pesado, considerar na Libertadores um time que não passa à segunda fase do Gauchão há DEZ ANOS. Mas se o São Luiz jogasse a Libertadores, é certo que ele venceria o tal do Aurora de Cochabamba, que ontem levou 0 a 3 do Boyacá Chicó em casa. E com um gol do Maurício. Que nulos, aqueles bolivianos.
6 comentários:
Nota: Mauríco, que provavelmente não será aquele, Brum.
Nota2: Se o São Luiz jogasse a Libertadores, o Futebesteirol seria uma referência na cobertura do Rubro-Ijuiesnse!
Quem se importa com o São Luiz de Ijuhy a não ser vossa pessoa?
Quem se importa com o que tu pensa sobre o São Luiz, sr. Altafini?
[/mau]
Caso a cidade de Ijuí demonstre mesmo não ter capacidade para tal, poderiam utilizar o estádio e a infra-estrutura aqui de Cerro Largo.
Muito bom o exercício de imaginação. Mas não é possível passar disso.
Muito bom o post anterior. Válido, acima de tudo, pelos cometários introdutórios, que são suficientes.
A propósito, o blog está visualmente muito bom.
Finalmente, consegui entrar no teu blog. Com ajuda, é claro. Gostei. A imaginação e o humor funcionaram bem. Parabéns!
Argemiro
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