
O Boca fazia 0-1.
Antes, tudo fora festa. O Fluminense tinha no placar nulo sua fortaleza para atingir a

Empate, portanto, justo. O gol do Boca, o gol de Palermo aos 57 minutos, desfez esse equilíbrio. O Maracanã silenciou por alguns instantes, o sonho poderia ruir. Seria possível um time tão copeiro a ponto de buscar, invariavelmente, seus resultados fora de casa? Mesmo num confronto tão igual? Mesmo com o Fluminense buscando o inédito, vivendo outra noite de gigante?
Sim, seria possível. O Boca Juniors fez o que sempre faz, lutou como sempre luta, buscou a classificação como sempre busca. O Fluminense é que foi diferente. O abalo das arquibancadas depois do 0-1 não se repetiu nos jogadores. Sobre o gramado, continuou não havendo motivos para desespero. O Flu estava bem, permaneceria bem, a equipe sabia disso. E continuou no seu (alto) nível.

Seguiu o que se deve seguir numa partida desse tipo. Os argentinos precisavam vencer. Inegavelmente, buscavam o gol. Tinham azar, viam a bola desviar na zaga, sobrar nas mãos do arqueiro adversário. Quando o Grêmio perdeu para esses argentinos na Libertadores de 2007, parecia incerto, no momento da derrota, o que faltara para erguer aquela taça. Ontem, ao Boca, alguém poderia dizer que faltou sorte de campeão. Os lances saíram, a pressão veio. O gol, não.
Sorte de campeão. Talvez isso tenha sobrado ao Fluminense, competente, sim,

O jogo não acabou ali. Ainda haveria outro conto épico reservado para os vinte minutos finais. Um tempo de terror. Lances, lances, lances boquenses intermináveis. Defesas de Fernando Henrique, bolas raspando a trave – no intervalo de três minutos após o 2-1, quatro lances claríssimos foram perdidos pelos argentinos. Outros tantos seriam desperdiçados mais adiante. No gol desse Fluminense, fazer a bola entrar era algo que demandava esforços além do normal. E o Boca não mais faria a bola entrar. Nos acréscimos, o estádio inteiro pulsando, a bola na defesa argentina, o último minuto do jogo. O Boca Juniors armava seu derradeiro contra-ataque, última chance de salvação. Agora ou nunca.
Nunca. Do

Proporcionado pelo Fluminense. Porque esse Fluminense não é aquele das campanhas desastradas nas últimas décadas. Esse Fluminense empolga. É um clube maduro, enfim forte internacionalmente. É maior do que tudo visto antes em sua história mais que centenária. E poderá concluir a transformação levando o maior dos títulos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário