segunda-feira, 5 de março de 2007

Royal League

A Escandinávia sempre foi um local fascinante e tenebroso àqueles que a viam externamente. Seja pelo frio intenso e constante, seja pela cultura diferenciada, os países nórdicos sempre ouriçavam as atenções alheias à sua singularidade. Durante quase quatro séculos (a partir do século VIII), os vikings foram uma das marcas mais destacadas da região. Os guerreiros-marinheiros espalharam o terror pela Europa, saqueando, invadindo, destruindo e colonizando as costas da Escandinávia, norte europeu e também, as Ilhas Britânicas. Com um vasto poderio militar, os vikings destacaram-se também por suas conquistas marítimas - suspeita-se, que com seus navios "drakkar" de guerra, tenham chegado à costa da América, séculos antes das primeiras expedições espanholas e portuguesas ao Novo Mundo. Os feitos heróicos e sanguinários dos vikings, entretanto, acabaram se arrefecendo com a introdução do Cristianismo na região, o que os tornou menos violentos e acabaram sendo incorporados pelas culturas das terras conquistadas.

Com o fim da era viking, a Escandinávia não deixou de se destacar em outros setores - na navegação, por exemplo, seguiu destacada, com conquistas territorias em regiões próximas aos pólos terrestres. Atualmente, a Escandinávia é formada oficialmente
por Dinamarca, Noruega e Suécia (embora, extra-oficialmente, muitos considerem Finlândia, Ilhas Faroe e Islândia como parte dela), e é uma das regiões do mundo com melhor qualidade de vida.

Tá, e o que a tal da Royal League tem a ver com tudo isso, você pergunta. Simples, a Royal League é a "Copa da Escandinávia". Criada em 2004, a competição tem como principal objetivo manter as equipes locais em atividade durante o período de recesso dos campeonatos nacionais (no inverno, entre dezembro e março). A competição é disputada por 12 equipes - as quatro melhores das ligas dinamarquesa, norueguesa e sueca.
Tradicionalmente, a Royal League tem sua primeira fase iniciada em novembro ou dezembro, após o fim das competições nacionais destes países (com exceção da Dinamarca, onde a temporada está na metade à época). O torneio, recente, só teve duas edições disputadas até aqui: as duas foram vencidas pelo FC København, ou Copenhague, da Dinamarca. As duas edições foram de intensa disputa, com finais eletrizantes. Na temporada 2004/05, o København sagrou-se campeão após derrotar o IFK Göteborg (da Noruega), fora de casa, em uma eletrizante disputa de pênaltis, vencia por 11x10. Na edição de 2005/06, o favoritismo do København foi mantido e, mesmo com uma campanha irregular, a poderosa equipe dinamarquesa chegou novamente à final, desta vez disputada em sua casa, onde fez outra final histórica, conquistando o título sobre o Lillestrøm norueguês com um gol aos 90 minutos de jogo, marcado por Razak Pimpong - sagrando-se desta forma, bi-campeã escandinava e convertendo-se por hora, na maior campeã do torneio.

Apesar de muito interessante a nível local, a Royal League tem esbarrado nos públicos fracos, por um motivo simples: o inverno de frio intenso, com temperaturas negativas e as transmissões televisivas afastam os torcedores dos estádios. Mesmo assim, o torneio tem sido bem sucedido em atrair a atenção dos clubes, que vêem uma possibilidade de conquistar um título internacional - algo que seria muito difícil nas competições que envolvem toda a Europa. A edição desta temporada 2006/07 teve sua disputa iniciada em 9 de novembro de 2006, com as tradicionais disputas entre os grupos. A fase inicial já acabou e como primeira surpresa desta edição está a fraca campanha do bi-campeão København, que só se classificou pegando a oitava e última vaga (classificam-se os dois primeiros de cada grupo mais os dois melhores terceiros colocados). Estão vivos para as quartas-de-final do torneio escandinavo as seguintes equipes: Brann (Noruega), Brøndby (Dinamarca), Elfsborg (Suécia), Helsingborgs (Suécia), København (Dinamarca), Lillestrøm (Noruega), Odense (Dinamarca) e Vålerenga (Noruega). É a Royal League indo para sua fase mais interessante, os play-offs decisivos.

Confira o vídeo promocional do torneio, que faz alusão à história da Escandinávia:


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