domingo, 29 de março de 2009

Vitória, rojões e liderança

O goleiro Mainardi já não estava mais invicto e o Riograndense não exibia os mesmos 100% de aproveitamento. Tudo porque na quarta-feira passada perdeu por 1-0 em Santo Ângelo, diante do clube que leva o nome da cidade missioneira. Dizem que a atuação foi decente e que o empate seria o resultado mais justo: afinal, o gol dos locais saiu no último escanteio dos acréscimos.

Novamente em Santa Maria, onde havia vencido as duas partidas até então (1-0 no TAC e 4-0 no Milan), o Riograndense encontraria o Atlético Carazinho, rubro-negro há longos anos ausente da disputa da Segundona. O Atlético, de plantel modesto e muito jovem, realizava campanha mediana e alcançava o sexto lugar antes do esférico girar nos Eucaliptos.

Bebeto Rosa fez duas mudanças em relação aos onze titulares de quarta. Diego, zagueiro dos mais grossos do Interior, ingressou no lugar de Moreli, suspenso, enquanto Alexandre retomou a titularidade na banda esquerda, no posto que ocupou Plínio. Vencer em casa significaria a manutenção da segunda colocação e a possibilidade de assumir a liderança, caso o Santo Ângelo não vença a sua partida.

O sol senegalesco da tarde de sábado diminuiu o ritmo das equipes no primeiro tempo, período de raríssimas chances de tento e até mesmo de futebol bem jogado. Raras tabelas pela direita do rubro-esmeralda santamariense e um notável esforço defensivo dos de Carazinho foram tudo nos primeiros quarenta e cinco. Pouco, muito pouco para um duelo de Segundona, competição geralmente riquíssima em rispidez, reviravoltas no gramado, distúrbios extra-campo etc.

Com um princípio de sombra rondando as velhas tribunas da cancha e recuperado do desgaste após o intervalo, o Riograndense partiu com mais entusiasmo em busca dos três pontos que, em um regulamento como este, em que seis equipes se classificam dentre oito, encaminhariam a classificação com NOVE rodadas de antecedência. E corriam poucos minutos quando Bonaldi ajeitou a pelota em um misto de carinho e raiva, desafiando o arqueiro carazinhense.

Ele, o zagueiro que nunca erra uma cobrança do arco mas que simplesmente não faz gols de bola parada, partiu para mais uma tentativa. O chute não saiu com a costumeira precisão, mas contou com um fator essencial: o pique no agora bom gramado dos Eucaliptos surpreendeu o goleiro e determinou o primeiro gol da partida. Mesmo de um ângulo desfavorável, as câmeras do blog testemunharam a fortuna do beque do Riograndense.

Atordoado pela desvantagem no placar eletrônico inexistente nos Eucaliptos, o Atlético Carazinho transformou-se em um amontado de jogadores apelativos. A pressão sobre o árbitro foi intensa e toda e qualquer marcação era fiasquentamente contestada pelos rubro-negros. O ápice da tática catimbeira foi a simulação do arqueiro visitante (cujo nome ainda descobrirei) diante de um rojão que caiu longe da área. Prontamente o jaqueta 1 jogou-se ao gramado, preocupando os locais: perder o mando de campo - uma das poucas fontes de renda no duro futebol do Interior - por uma bobagem dessas seria desolador.

Os carazinhenses inclusive ameaçaram abandonar a partida, alegando não haver segurança para o restante do match. Entra então a ação da polícia, satisfazendo um dos que chamamos de elementos essenciais para um jogo desse tipo: a lacuna dos "distúrbios extra-campo" já estava preenchida. Após bons minutos de conversação, definiu-se que sim, temos segurança para prosseguir jogando.

E foi na cobrança de um escanteio na segunda trave que o Atlético, dominado por completo na segunda etapa e que se restringiu a reclamar da arbitragem, achou o gol de empate. Falha do goleiro Mainardi, que provavelmente teve a visão do lance prejudicada pelo sol. O relógio já apontava mais de oitenta minutos de partida, mas ambos estavam preparados para acréscimos gigantescos pós-confusão.

Três minutos depois do impensável empate visitante, o Riograndense tocou para o ataque, impulsionado pelo fôlego dos jogadores que entraram na segunda etapa. Giovani fez perigosa jogada na linha de fundo e despejou um cruzamento para a grande área, encontrando - após grande indefinição - os pés de Silvano, que concluiu com força, garantindo a vitória por dois gols a um.

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Com o quarto triunfo em cinco rodadas e beneficiado pelo empate do Santo Ângelo, o Riograndense retomou a liderança da Chava 3 no término da rodada. O Periquito soma doze pontos e abriu dez de vantagem sobre o Milan, hoje sétimo colocado. A classificação para a próxima fase parece assegurada mesmo antes do fim do primeiro turno. O início de ano rubro-esmeralda convida a sonhar.

CHAVE 3: QUINTA RODADA

Glória 1-0 Panambi
Riograndense 2-1 Atlético Carazinho
Milan 2-2 Santo Ângelo
Lajeadense 1-2 Três Passos

CLASSIFICAÇÃO:

1) Riograndense: 12 pontos
2) Glória: 11 (+7)
3) Santo Ângelo: 11 (+3)
4) Três Passos: 9
5) Panambi : 5 (-1)
6) A. Carazinho: 5 (-3)
7) Milan: 2
8) Lajeadense: 0


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