quarta-feira, 11 de junho de 2008

Euro/08 - Suíça 1-2 Turquia

A parte local do Sankt Jakob-Park da Basiléia delirou ao 32º minuto do encontro de hoje. Foi a hora em que um lance de gramados de várzea representou uma possibilidade de manutenção do sonho continental para a torcida da casa: após ataque suíço e cruzamento para a área, rasteiro, vindo da direita, a bola parou numa poça d’água que o sistema de drenagem foi incapaz de desfazer sob a chuva dos últimos dias. Parou e sobrou nos pés de um jogador com ascendência turca, porém nacionalidade suíça, e dele foi para o gol. Hakan Yakin anotava o 1-0.

Aquela vitória era necessária. Mantinha as possibilidades de classificação dos anfitriões – e a passagem de fase é quase obrigatória para um país-sede. Só que também deixava a Turquia praticamente eliminada, podendo ocasionar uma atuação desinteressada deles contra a República Tcheca, concorrente direta da Suíça pela vaga. Essa era a preocupação enquanto a vitória era sustentada. Não deveria ser. Se a Turquia ficava praticamente fora, então existia a temível possibilidade de uma tentativa de reação. Que veio.

Pelo segundo tempo, a força da chuva começava a ser perdida. Quiçá tenha sido roubada pelos turcos, cada vez mais perigosos nas suas criações. Aos 57 minutos, Semih Şentürk cabeceia um cruzamento na área da Suíça, o arqueiro Benaglio tenta espalmar mas não consegue, e o empate volta a figurar no placar. Empate. Ruim para os dois. Com portugueses contando seis pontos, tchecos três, e tendo os suíços e turcos perdido na rodada inicial, somar apenas uma unidade representava pouco mais que uma sobrevida, uma obrigação de vencer na última rodada sem garantia alguma de prêmio. O empate, na verdade, quase fazia os dois morrerem abraçados.

E ninguém queria morrer faltando os noventa minutos da jornada final. Foram para cima, os dois times, até que da queda provável de dois, um passou para a eliminação certa: a Suíça poderá seguir vendo os jogos da Euro que por lá ocorrerão até as semifinais, mas estará carente de representante. Culpa de Arda Turan. Culpa de um gol daqueles para os vencedores passarem horas vibrando: no último lance ofensivo da partida. 90+2 minutos haviam se passado quando Arda arriscou o chute da entrada da área, contou com o desvio de Patrick Müller e observou o seu tiro morrer nas redes suíças para o 1-2.

A Eurocopa ganhou sua primeira remontada em 2008, pondo-se apaixonante. A Suíça chora a queda, Portugal vibra com a vaga antecipada, e a loucura desse gol nos acréscimos refletirá na rodada final, proporcionando um jogo de contornos lendários: turcos e tchecos chegarão empatados em pontos, saldo e gols marcados, sem critério algum a distanciá-los – e só poderão fazer a diferença surgir durante esse confronto direto que se aproxima. E o regulamento de 2008 prevê um ineditismo: caso o empate se mantenha no tempo normal, teremos decisão por pênaltis para definir a vaga, em plena fase de grupos! Definitivamente, acabou-se o marasmo da Eurocopa.

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