Quando segurou o empate por zero a zero contra o Internacional, em pleno Beira-Rio, em junho de 1998, o Juventude não estava simplesmente lutando pelo seu primeiro título estadual na história. Aquele empate, somado ao triunfo por 3-1 jogando em Caxias do Sul, na semana anterior, quebrava duas séries gigantescas que se arrastavam por anos no Gauchão:
• Até então, o último clube além de Grêmio ou Inter a erguer uma taça estadual fora o Renner, de Porto Alegre, em 1954. Caía uma seqüência de 44 temporadas de amplo domínio de tricolores e colorados.
• Mais significativo, porém, era o fato de aquele título ser o primeiro de um interiorano em 59 anos, um jejum iniciado após a conquista do Riograndense, de Rio Grande, em 1939.
Amanhã, contra o mesmo adversário de dez anos atrás, no mesmo palco onde se fez história em 1998, o Juventude vai a campo por outro feito. Agora não há grandes séries sem interioranos ou de domínio da Dupla, os números ainda estão tentando crescer outra vez. O que o Ju pode fazer neste 2008 é quebrar uma lei de sete décadas. Em todas as edições de um campeonato que chega à sua 87ª edição, apenas um clube além de Grêmio e Internacional conseguiu repetir o título: o Guarany de Bagé, bicampeão em 1920 e 1938.
E desde 1938, exatos setenta anos, setenta Gauchões, quem erguesse um troféu, não sendo da Dupla, esteve condenado a ver aquela como sua única glória. Reforçados pela vitória por 1-0 no Alfredo Jaconi, os caxienses vão para buscar a segunda taça. Como há uma década, um zero a zero vale o título. Vale o feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário