quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Copa real

Finalmente a Libertadores em seu estado puro tem início. Depois de uma morna fase de grupos, em que o Boca teve que se fazer de morto para dar um pouco de graça, o mata-mata prepara grandes confrontos e até clássico nacional. Chegou a hora de ver quem é quem de verdade.

Fluminense (BRA) - Atlético Nacional (COL)
Copas em jogo: 1

Sobrou pó de arroz e pontuação para o tricolor do Rio na primeira fase. O primeiro lugar geral foi conquistado sem maior dificuldade, e o baile seria ainda maior se Renato Gaúcho não perdesse seus três melhores atacantes na reta final. Os cariocas são favoritíssimos, mas um fator no mínimo incomoda: mata-mata de Libertadores é território inexplorado para o Fluminense...

Flamengo (BRA) - América (MEX)
Copas em jogo: 1

A missão de ontem era objetiva: vencer e dar um jeito de evitar o confronto contra o América mexicano. O Flamengo fez partida sofrível e ainda não conseguiu fugir. O "destino", como disse Joel Santana, colocou uma longa viagem e um forte elenco azteca justamente no meio da decisão estadual. Se a paulada não for tão grande no norte, o rubro-negro avança para as quartas-de-final.

River Plate (ARG) - San Lorenzo (ARG)
Copas em jogo: 2

O maior dos confrontos. O clássico portenho desclassifica logo nas oitavas um dos favoritos a taça. O "cuervo" está em enorme ascenção, anda escalando a tabela no campeonato argentino e diz não temer os "millionarios". D'Alessandro tardou mas estreou, Bergessio, Romeu e Placente mostram regularidade e Ramon Diaz é só confiança.

Mas não há como negar: a imensa maioria espera que o River Plate superará o momento do "ciclón". Buananote, Ortega, Falcão, Abreu, Carrizo, Simeone, as duas taças no armário e a grandeza de sua história aterrorizam o sonho do San Lorenzo em faturar a primeira Copa no ano de seu centenário.

Atlas (MEX) - Lanús (ARG)
Copas em jogo: nenhuma

Nem o mais fiel hincha granate deve acreditar na classificação. O futebol mostrado na fase de grupos foi pouco empolgante. No nacional, quedra livre após o título. Do outro lado, o Atlas fez frente ao Boca Juniors e mostrou bons valores individuais. Se não avançar, reabriará a discussão do tamanho da seriedade que os mexicanos mostram pela maior competição do continente...

Cruzeiro (BRA) - Boca Juniors (ARG)
Copas em jogo: 8

Maldita Potosí, devem bradar os cruzeireses após o anúncio das oitavas. A fiasquenta goleada por 5-1 sofrida na montanha boliviana colocou o temido Boca no caminho do celeste de Minas. O adversário se faz de morto, ganha quando quer, por vezes caminha em campo, depende demais de Riquelme e Palermo mas...é o Boca, e só o o seu palmarés faria qualquer cruzeirense lamentar o duelo.

Porém, nada está perdido, a partida de volta é no Mineirão e a campanha dos brasileiros mostra que se há diferença técnica entre os times, ela tende para o lado do Cruzeiro. Riquelme? Faz de conta que é detalhe...

Estudiantes de La Plata (ARG) - LDU (EQU)
Copas em jogo: 3

A tradição contra o futebol bonito e irresponsável. A LDU de Quito encantou alguns nolstálgicos nos últimos anos por mostrar para a América um toque de bola refinado, bonitos dribles e um resultado quase nulo. Os argentinos confiam na velocidade de Piatti, na genialidade de "La Brujita" Verón, na bola aérea e na pegada. O suficiente para bater (n)os equatorianos.

Cúcuta (COL) - Santos (BRA)
Copas em jogo: 2

Os "duendes" de Cúcuta sofreram com a quebra dos investimentos ilícitos oriundos de uma guerrilha de direita e montaram uma equipe bem menos envolvemente que a de 2007. Quem ficou, como o meia Torres, se despede após a Copa. O que possivelmente será breve, porque mesmo enfraquecido, o Santos tem tudo para prosseguir na busca pelo tri.

São Paulo (BRA) - Nacional (URU)
Copas em jogo: 6

Confronto riquíssimo em história, troféus, tradição e torcida. Dois gigantes da América do Sul enfrentam-se em duelo que poderia acontecer em uma fase mais avançada. O tricolor do Morumbi, mesmo praticando um futebol frio, que se resume quase a chuveirinho após chuveirinho para Adriano, precisará agregar nem que seja vibração ao seu jogo, se pretende não perder por muito em Montevideo.

Não que o Nacional seja um quadro brilhante, mas o entusiasmo que paira sobre o Parque Central quando o "bolso" entra no gramado já seria o suficiente para derrubar os paulistas nestes tempos anêmicos. No Morumbi, história completamente diferente. Mais um cruzamento imperdível.

Nenhum comentário: