Num confronto direto pela luta contra o rebaixamento no Campeonato Espanhol, o Zaragoza venceu, neste sábado, o Recreativo pelo placar de 3-0. Jogando em casa, obteve três pontos importantes para igualar os 37 do time de Huelva e superá-lo na classificação: por ora, sustenta-se fora da zona da morte, no 17º lugar.
A tranqüilidade é efêmera. Restam cinco jornadas de futebol e um único tropeço pode significar passar a próxima (e sabe-se lá quantas mais) temporada na Segunda Divisão. Certos clubes, o próprio Recreativo talvez, podem se conformar com essa realidade. O Zaragoza não.
O Zaragoza é um singular do futebol espanhol, legítimo clube copeiro. Jamais conquistou a Liga, e o mais próximo que chegou do troféu foi um vice-campeonato há trinta e dois anos. Clube pequeno? Pois veja o histórico de Copas. Ali aparece a real identidade dos aragoneses: goleadas contra os grandes clubes do país, onze finais em eliminatórias espanholas, seis troféus.
Como poucos, os blanquillos souberam, ao longo dos tempos, canalizar as forças que faltam nos pontos corridos para triunfar nas eliminatórias. Se enfrentá-los no Campeonato é algo normal, ser sorteado para encarar o Zaragoza numa Copa do Rei é a certeza de um confronto mais difícil que a média.
A força se repete no cenário europeu. Nos tempos da antiga Recopa Européia (torneio para os Zaragozas do continente, vencedores das suas respectivas copas nacionais), o quadro de La Romareda guardou para a eternidade uma conquista espetacular sobre o Arsenal inglês, em 1995: na final, após um longo empate, Nayim acertou um chutaço do meio da rua, encobrindo o arqueiro Seaman – eram 120 minutos de partida, o último lance da prorrogação. Um feito aumentado pelo fato de os Gunners serem, então, os detentores do título.
É esse histórico que transforma o Zaragoza em grande, e o faz merecedor da permanência. Para ter sucesso em cada um dos próximos cinco jogos, deverá ir ao campo sem preocupação com pontos ou tabelas, e sim como se estivesse encarando uma eliminatória, onde perder é morrer. A Copa que o Zaragoza disputará nas próximas semanas não rende troféu, mas precisa ser vencida.
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