ANGERS - "É um jogo que definirá nossa briga pelo restante da temporada", dizia o treinador do Angers SCO sobre o confronto desta sexta-feira contra o Boulogne, pela rodada 23 da Ligue 2 francesa. Aos torcedores, era isso e mais um pouco: valia ir ao Stade Jean Bouin conferir se o time que os maravilhou frente ao Nice, pela Copa da França, conseguiria manter seu futebol na L2 para ter um fim de temporada com algum sonho. O time está longe da zona de acesso, e precisa dar uma arrancada esperançosa para tentar ficar entre os três primeiros. A noite era para isso.
O Jean Bouin não lotou, mas a parte importante da torcida, aquela que apóia sempre, se fez presente. No Brasil chamaríamos de "organizadas" o que, para os franceses, são os "clubs de supporteurs" - estavam lá a Allez SCO (tradicionalíssima torcida criada em 1946), a Magic SCO, a Brigade Ouest, e outras que não se fizeram identificar. Estavam também os seguidores do Boulogne, em número pequeno, mas nem por isso acanhados: cantavam, hasteavam suas bandeiras e exibiam suas faixas; acima de tudo, eram tratados com respeito, recebendo até aplausos dos aficionados locais quando tiveram sua presença anunciada nos alto-falantes. Sim, o estádio não lotou, mas quem foi até lá esteve disposto a fazer a sua parte por um grande jogo.
Pouco tempo após a bola rolar - pontualmente às 20 horas -, já era nítida a grande diferença técnica entre os dois times: o Angers talvez não estivesse jogando tão bem como contra o Nice, mas mesmo assim mostrava facilidade dentro de campo. O Boulogne estava perdido e, convivendo com investidas constantes do SCO, não viu sua resistência durar muito tempo. Quatro minutos eram sinalizados no cronômetro da tribuna leste quando Lécluse, dentro da área inimiga, recebeu um cruzamento em cobrança de falta e mandou a bola às redes adversárias, de cabeça. Começava cedo o que os torcedores esperavam ser mais um recital de sua equipe.
Incapaz de equilibrar o jogo na técnica, o Boulogne tratou de apertar na marcação, dar poucos espaços e se preocupar em anular as jogadas dos oponentes. E quem disse que um jogo duro precisa ser faltoso? Os visitantes fizeram sua muralha defensiva sem precisar recorrer a lances desleais. Ainda era pouco para querer o empate, e o Boulogne continuava inferior. Conseguia, porém, o seu objetivo, levando o duelo para uma fase morna, reduzindo o entusiasmo dos adversários para tentar, depois, escapar em uma jogada rápida. No fim da etapa inicial, aos 37 minutos, um claro pênalti em favor do Angers, negado pela arbitragem, tratou de acirrar os ânimos outra vez, pondo fogo na partida. Não havia, então, tempo para muito mais, mas as vaias e pressão aos apitadores trataria de dar tons vivos ao que se veria depois do intervalo.
Um segundo tempo em que o Angers seguiria melhor, mas o Boulogne conseguiria criar tantas chances boas quanto o oponente. Tentando compensar, ou por ser fraco mesmo, o árbitro acabaria por negar aos visitantes duas penalidades máximas em lances duvidosos ao longo dos 45 minutos decisivos. Sem a influência dos colegiados, o confronto era uma mostra de ataques tramados respondidos por contragolpes velozes e lançamentos precisos - de ambas as partes, cada uma em seu tempo. Quem deu o primeiro golpe, no entanto, e para desespero dos visitantes, foi outra vez o SCO, no oitavo minuto, com um possante tiro de Brunel, vindo da intermediária.
O 2-0 tratou de deixar bem definidas as funções de cada lado: os rubro-negros do Boulogne enfim se lançariam ao ataque, mesmo sem qualidade, para o tudo ou nada, enquanto os alvinegros do Angers acabariam com o equilíbrio de chances para se dedicar exclusivamente às jogadas rápidas de contra-ataque nos erros dos adversários. E assim foi... ao Boulogne faltava qualidade para algo mais, nas várias chances que desperdiçou com o avançar do tempo. Ao Angers, faltava o detalhe para iniciar uma goleada - faltava um desvio final, uma saída infeliz do arqueiro adversário, um chute levemente mais forte. Tanto faltou que, quando o tento do Boulogne veio, por obra de Kinkela, aos 79 minutos, o que faltou foi tempo: os visitantes até conseguiram proporcionar um final de confronto emocionante, mas precisariam de mais algumas voltas do ponteiro e muita sorte para almejar um empate contra um adversário tão melhor.
Placar final de 2-1 em Angers e esperança dos torcedores locais. Se era para definir o objetivo do SCO pelo resto da temporada, já não restam dúvidas: será pelo acesso. Mesmo que a tabela de classificação insista em mostrar o quão difícil é a missão, futebol há.
O Jean Bouin não lotou, mas a parte importante da torcida, aquela que apóia sempre, se fez presente. No Brasil chamaríamos de "organizadas" o que, para os franceses, são os "clubs de supporteurs" - estavam lá a Allez SCO (tradicionalíssima torcida criada em 1946), a Magic SCO, a Brigade Ouest, e outras que não se fizeram identificar. Estavam também os seguidores do Boulogne, em número pequeno, mas nem por isso acanhados: cantavam, hasteavam suas bandeiras e exibiam suas faixas; acima de tudo, eram tratados com respeito, recebendo até aplausos dos aficionados locais quando tiveram sua presença anunciada nos alto-falantes. Sim, o estádio não lotou, mas quem foi até lá esteve disposto a fazer a sua parte por um grande jogo.
Pouco tempo após a bola rolar - pontualmente às 20 horas -, já era nítida a grande diferença técnica entre os dois times: o Angers talvez não estivesse jogando tão bem como contra o Nice, mas mesmo assim mostrava facilidade dentro de campo. O Boulogne estava perdido e, convivendo com investidas constantes do SCO, não viu sua resistência durar muito tempo. Quatro minutos eram sinalizados no cronômetro da tribuna leste quando Lécluse, dentro da área inimiga, recebeu um cruzamento em cobrança de falta e mandou a bola às redes adversárias, de cabeça. Começava cedo o que os torcedores esperavam ser mais um recital de sua equipe.
Incapaz de equilibrar o jogo na técnica, o Boulogne tratou de apertar na marcação, dar poucos espaços e se preocupar em anular as jogadas dos oponentes. E quem disse que um jogo duro precisa ser faltoso? Os visitantes fizeram sua muralha defensiva sem precisar recorrer a lances desleais. Ainda era pouco para querer o empate, e o Boulogne continuava inferior. Conseguia, porém, o seu objetivo, levando o duelo para uma fase morna, reduzindo o entusiasmo dos adversários para tentar, depois, escapar em uma jogada rápida. No fim da etapa inicial, aos 37 minutos, um claro pênalti em favor do Angers, negado pela arbitragem, tratou de acirrar os ânimos outra vez, pondo fogo na partida. Não havia, então, tempo para muito mais, mas as vaias e pressão aos apitadores trataria de dar tons vivos ao que se veria depois do intervalo.
Um segundo tempo em que o Angers seguiria melhor, mas o Boulogne conseguiria criar tantas chances boas quanto o oponente. Tentando compensar, ou por ser fraco mesmo, o árbitro acabaria por negar aos visitantes duas penalidades máximas em lances duvidosos ao longo dos 45 minutos decisivos. Sem a influência dos colegiados, o confronto era uma mostra de ataques tramados respondidos por contragolpes velozes e lançamentos precisos - de ambas as partes, cada uma em seu tempo. Quem deu o primeiro golpe, no entanto, e para desespero dos visitantes, foi outra vez o SCO, no oitavo minuto, com um possante tiro de Brunel, vindo da intermediária.
O 2-0 tratou de deixar bem definidas as funções de cada lado: os rubro-negros do Boulogne enfim se lançariam ao ataque, mesmo sem qualidade, para o tudo ou nada, enquanto os alvinegros do Angers acabariam com o equilíbrio de chances para se dedicar exclusivamente às jogadas rápidas de contra-ataque nos erros dos adversários. E assim foi... ao Boulogne faltava qualidade para algo mais, nas várias chances que desperdiçou com o avançar do tempo. Ao Angers, faltava o detalhe para iniciar uma goleada - faltava um desvio final, uma saída infeliz do arqueiro adversário, um chute levemente mais forte. Tanto faltou que, quando o tento do Boulogne veio, por obra de Kinkela, aos 79 minutos, o que faltou foi tempo: os visitantes até conseguiram proporcionar um final de confronto emocionante, mas precisariam de mais algumas voltas do ponteiro e muita sorte para almejar um empate contra um adversário tão melhor.
Placar final de 2-1 em Angers e esperança dos torcedores locais. Se era para definir o objetivo do SCO pelo resto da temporada, já não restam dúvidas: será pelo acesso. Mesmo que a tabela de classificação insista em mostrar o quão difícil é a missão, futebol há.
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